O fenômeno “Nikita” foi o que nos aproximou…

Foto: Poeta Juca Pontes e a atriz Zezita Matos – Literatura e Cinema sempre juntos.

Início dos anos de 1980, pleno de realizações e importância para mim, no que se refere as atividades cinematográficas. Acabara de receber um prêmio da Sudene, de Melhor Documentário Com Temática Nordestina, pela direção de O Coqueiro, no Festival Brasileiro de Cinema Super-8 da Cidade do Recife. Logo em seguida, fui premiado com o Melhor Roteiro no Festival de Fortaleza do Cinema Brasileiro, com Parahyba (1985), dirigido por Machado Bitencourt.

Três anos antes, instalara o Cinema Banguê do Espaço Cultural, orientando toda parte de projeção em 35mm, know how já adquirido com as implantações dos cinemas de meu pai, em Santa Rita. O técnico Newton Monteiro finalizou o sistema de som, em alta fidelidade, da sala de projeções do Banguê.

Tudo isso, somado às minhas atividades em dois Festivais de Arte de Areia, quando coordenei os segmentos de Cinema e Televisão. Na primeira vez, sob o comando do historiador José Octávio de Arruda Mello à frente da Diretoria Geral de Cultura do Governo do Estado, em seguida, na gestão do teatrólogo Raimundo Nonato Batista. E foi então que conheci meu amigo (de saudosas memórias) Juca Pontes, com quem tive boas relações culturais e familiares.

Mas, o que nos aproximou mesmo, antes de mais nada, foi a bela “Nikita” (“Hey Nikita is it cold in your little corner of the worl…”). Porque Juca dispunha de vários discos de Elton John, especialmente em vinil, nessa época bastante em moda. Isso me motivava a algumas visitas ao seu apartamento, um andar acima do nosso, para ouvir o cantor inglês. Por vezes, ia acompanhado do meu filho Alexandre, ainda pequenino, a quem Juca chamava de “barbudinho”; talvez, em razão de que, à época, eu usava farto buço facial, coisa que o amigo Juca também costumava usar.

E não raro, até estando “frio no seu cantinho do mundo”, Nikita (a canção) sempre era motivo de bons papos sobre música e cinema. Sobretudo cinema, já que eu tinha laços com a Diretoria Geral de Cultura do Governo do Estado, cujo titular Raimundo Nonato Batista, futuramente seria o sogro de Juca Pontes, ao contrair matrimônio com filha dele, a jovem Michele. Tempos depois, o amigo Juca foi residir em outro lugar, repassando o apartamento do Condomínio São Marcos, em Tambaú, para sua família de Campina Grande. Na semana passada, fiquei feliz ao ler a notícia de que uma homenagem fora prestada ao amigo. A casa da Literatura Paraibana, localizada no Espaço Cultural, agora passaria a se chamar “Livraria A União Poeta Juca Pontes”. Bem posta e respeitosa a ideia, motivando a filha de Juca, Maíra Pontes afirmar que, uma livraria com o nome de seu pai “representa toda uma vida dedicada aos livros, à sua poesia e à produção editorial”. Causas que o nosso amigo sempre defendeu.


APC: Festival convida Zezita Matos

A presidente da Academia Paraibana de Cinema, atriz Zezita Matos, foi um dos homenageados durante o Festival Bananeiras de Cinema, aberto no Brejo paraibano na última quarta-feira. A programação do Febancine contou com palestras, apresentações musicais, homenagens, além das exibições de vários audiovisuais. O festival terminou neste domingo.

Na programação, além de uma oficina realizada na Casa Verde, o festival contou ainda com exibição dos curtas e longas-metragens: “Anjos Cingidos”; “A Espera”; “Nem Todas as Manhãs São Iguais”; “Areia, Memória e Cinema”; “Sonhos de Leandro”; “Incúria”; “Memórias do Fogo”. A APC se congratula com a direção do evento.