“Nucleando” o cinema paraibano há 45 anos

No Reitorado De Lynaldo Cavalcanti O Cinema Teve Mais Visibilidade
Foto: No reitorado de Lynaldo Cavalcanti o cinema teve mais visibilidade.

Cinema paraibano, pelo que a história já anotou e vem acompanhando, sempre teve presença importante na cultura do nosso estado. E quando setembro vier (não o clássico hollywoodiano de 1961, dirigido por Robert Mulligan, com os atores Rock Hudson e Gina Lollobrigida), o nosso Núcleo de Documentação Cinematográfica (NUDOC) da Universidade Federal da Paraíba, completará quarenta e cinco anos de relevante existência.

Durante o final do reitorado de Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque na UFPB, quando de sua saída à Brasília, para assumir a Diretoria Executivo da Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica Industrial (ABIPTI), a portaria deixada por ele (R/GR-024/79, de 13 de setembro de 1979), firmada logo depois pelo seu vice-reitor professor Serafim Rodrigues Martinez, nos dava amplas faculdades para a criação de um novo núcleo de cinema na instituição universitária.

Sob a presidência de João Maurício Lima Neves, então Pro-Reitor para Assuntos Comunitários (PRAC), servidores da instituição e os professores Alex Santos, Jurandy Moura, Pedro Santos e Manuel Clemente formávamos a comissão dos primeiros trabalhos de criação do NUDOC. Atribuição que nos desafiava a criar mecanismos formais e estruturais, para que o núcleo de cinema funcionasse legitimamente e acontecesse, realmente.   

Representando aspirações das gerações sessenta/setenta, inclusive de fora da UFPB (o já reconhecido “Cinema Independente”), também sob a influência do documentário Aruanda de Linduarte Noronha e dos cursos já existentes de Fotografia e Cinema do CCHLA, o novo NUDOC, então, se fez realidade. A perspectiva inicial seria a de que, agora criado, ele continuasse com produções em 35mm e 16mm, bitolas fílmicas muito comuns naquela época, com as quais já vínhamos realizando nossos documentários, com boa aceitação social, sobretudo da crítica especializada. Depois, o Super-8 viria agregar experiências, sob uma outra área de visão criativa e contingencial.

Ao longo desses anos, o Núcleo de Documentação Cinematográfica vem somando mudanças, tanto estruturais como de finalidade. Desabonadas por uns, de quando em vez, mas prestigiado por grande maioria de estudantes e realizadores, sob uma nova ótica digitalizada. E hoje, sendo nossa Academia Paraibana de Cinema (APC) presidida por um dos integrantes da UFPB, o professor João de Lima Gomes, exige-se por parte do NUDOC um maior e constante entrosamento protocolar entre as duas instituições. Diria até, de uma afinidade prática mais verdadeira e efetiva, buscando agregar valores ao tradicional segmento cinematográfico paraibano.   Muito ainda existe para se entender melhor o Núcleo de Documentação Cinematográfica, como parte da história da própria Universidade Federal da Paraíba. Que os valores materiais e humanos de qualidade continuem sendo bem-vindos ao NUDOC, ratificando aquilo que foi o nosso maior propósito, a partir da sua criação: Núcleo vivo, dinâmico e representativo dos quantos enxergam o cinema não só como um módulo de diversão, mas de formação profissional e expressões artísticas, e formulador de novas proposituras em razão do cinema paraibano.


Academia Paraibana de Cinema convoca todos os integrantes de sua Diretoria, também o Conselho Fiscal da instituição, para a reunião do mês de maio, que deverá acontecer na próxima quarta-feira (08), às 9:30 horas da manhã, nas dependências do Cine Mirabeau, no bairro do Bessa, nesta Capital. Dentre as pautas a serem discutidas, uma sobre o que foi aprovado durante o encontro promovido pela Secretaria de Cultura do Estado da Paraíba, cujo tema foi Lei Aldir Blanc. Encontro que teve como convidado e debatedor o professor João de Lima Gomes, presidente da APC.