Novos tempos para as “coisas” de cinema

Prof. Jose Nilton E Fotografo De Romanco Do Dinossauro Em Sousa Pb
Foto: Prof. José Nilton (E), fotógrafo de “Romanço do Dinossauro”, em Sousa-PB.

Houve um tempo em que, para se elogiar a beleza de alguém, dizia-se: “Você parece um(a) artista de cinema!” Lembram dessa expressão? Pois bem, hoje, uma cortesia assim não faz o menor sentido. Nem mesmo comparando-se a Madona, agora mais do que, tão em ascensão. Elogios dessa natureza já não são aceitos nos dias atuais. Com uma Hollywood menos hors-concours, tais civilidades ficaram no passado…

Contudo, no caso específico do cinema como arte, pelo sim, pelo não, há quem ainda o goze como uma singular e bela fantasia. Alegoria que a própria movi art nos tem mostrado ao longo de todos esses anos de mais de século. São fascinantes luzes e sombras, algumas delas travestidas de super-heróis intergalácticos, ou, ainda, “mocinhos e mocinhas de telas”, como aqueles já produzidos pelo glamour hollywoodiano, que já não nos maravilham tanto a imitá-los.

Mas, nem tudo está perdido. As nossas memórias continuam em suporte de celuloide, ou não. E hoje, nesses novos “tempos modernos” (como previu, alegoricamente, em seu filme de idêntico título, aquele “cinemista” de todas as épocas, jamais olvidado, Charles Chaplin), nossas invenções continuam sendo guardadas sob a forma de scanner (digitalizadas). Sobretudo, as coisas dos bons momentos do cinema. Também, os tempos são outros…

Toda essa ponderação é para brindar um amigo, que na semana passada mandou-me um vídeo contendo memoráreis imagens e sequências de filmes inesquecíveis. Esse amigo, que considero um irmão, se chama José Nilton da Silva. Batalhador incansável em defesa das coisas da cultura popular, onde se insere também o nosso cinema; um de seus fetiches.

A rigor, não foram poucas as vezes que Zé Nilton se fez parceiro comigo e de outros documentaristas paraibanos, exercendo uma de suas habilidades – a Fotografia. Desde os tempos de Padre Zé Estende a Mão, de Jurandy Moura, passando por O Romanço do Dinossauro, do cineasta cearense Pedro Jorge de Castro (professor e meu orientador de tese na Universidade de Brasília); A Ninhada, curta-metragem nosso, baseado em conto do prof. Nivaldo Miranda, da UFPB, dentre outras realizações. Mas, como um “cinemista” (segundo o meu netinho Arthur, aquele que é também artista de cinema), Zé Nilton atuou, mais recentemente, em nosso média-metragem Poltrona Rasgada. Alegoria nostálgica sobre o antigo Cine Rex e os costumes das pessoas, na cidade de João Pessoa, numa época em que cinema mostrava ser o bon début pour le plaisir.


Representada por seu presidente, prof. João de Lima Gomes, a Academia Paraibana de Cinema fará contato com a secretaria da Academia Paraibana de Letras (APL), na próxima terça-feira (14). Esse encontro foi acertado na reunião desta semana, na APC, que contou com participação da Diretoria e do Conselho da instituição.

O objetivo do encontro com a Academia de Letras, conforme foi tratado na reunião da APC, visa acertar os detalhes para uma promoção conjunta entre as duas instituições. A programação, que será na próxima quinta-feira de tarde, na APL, terá lançamento de livro, do prof. José Octávio, e exibição de um curta-metragem sobre Wills Leal, que fez parte das duas academias.