Por um simples “remember”, apenas

Alex E Walter Cordula Nas Gravacoes De Misticismo
Foto: Alex e Walter Córdula nas gravações de “Misticismo”.

Cenas de um filme paraibano no festival de Amsterdã. Nem bem iniciara a década de oitenta, finalzinho do reitorado do Prof. Lynaldo Cavalcante de Albuquerque, e o movimento superoitista já fervilhava nos corredores da Universidade Federal da Paraíba. Não só focávamos nas pretensões em continuar com uma produção de cinema, filmando em 16mm e 35mm, pelo NUDOC, núcleo recém-criado por nós, mas na nova bitola contemporâneo.

De “gadanho”, íamos construindo um tipo de “cinema” diferente, mais interessante pelas facilidades de custo e de manuseio de uma bitola (o Super-8), à época, aparentemente nova, então sonorizada e oriunda de um antigo 8mm, ainda resquícios de “cinema mudo”. E de “Romão pra quí., romão pra acolá”, e de tanto se insistir, essa estória superoitista acabou pegando e se firmando… 

Outro setor, igualmente ativo e criado naquele reitorado, o Núcleo de Documentação da Cultura Popular (NUPPO), também impunha sua liderança nas pesquisas. Tendo à frente o pró-reitor mobilizador Iveraldo Lucena, os professores José Nilton da Silva e Oswaldo Meira Trigueiro se desdobravam na valorização cultural do folclore e de uma arte sobretudo de periferia, mas eletrizante e cheia de vida.

Documentando essa cultura cinematográfica estava eu, juntamente com o professor Zé Nilton, misto de folclorólogo e cineasta, então Coordenador do Nuppo. Porquanto, suas experiências com o celuloide fílmico advinham dos cineclubes dos anos 60, das fotografias de “still” e de participações diretas em filmes como “Padre Zé Estende a Mão”, de Jurandy Moura, entre outros por nós realizados, inclusive, navegando nas tradições do estuário dos rios Parahyba e Sanhauá.

Nessa época, após concluir mais um curta-metragem pelo Nuppo, não por acaso recebo telefonema de São Paulo consultando-me da probabilidade de que algumas cenas do meu filme “Misticismo – Folguedos e Tradições” (1982) pudessem integrar uma produção nacional, em fase de finalização por uma produtora paulista de cinema. O referido filme, um documentário de longa-metragem fora recentemente selecionado pela Agência Nacional de Cinema (Ancine), para participar do Festival de Cinema Internacional de Amsterdã – IDFA, na Holanda, em uma mostra do Programa Encontros com o Cinema Brasileiro. Revendo atualmente meus alfarrábios, qual terá sido a minha surpresa, encontrar tais registos de em mais de 40 anos…


A Academia Paraibana de Cinema continua com suas inscrições abertas, até o final deste mês, para as cadeiras 02 e 37, vagas deixadas pelos cineastas paraibanos Vladimir Carvalho e Carlos Aranha. As inscrições devem ser feitas (somente) no seguinte endereço: Academia Paraibana de Cinema, Avenida Nossa Senhora dos Navegantes, 122, Tambaú, próximo à Esquina 200.

Documentação a apresentada: Comprovante de que é paraibano nato, ou que mora na Paraíba há mais de cinco anos. Também, currículo apresentando participação em ações audiovisuais e no cinema, tudo em envelope lacrado, até o dia 28 de fevereiro de 2025.