
Sobre uma notícia que vi publicada no jornal A União, recentemente, e que me causou um certo impacto. E usando agora uma expressão de cinema, literalmente, “rebobino-me” em mais de meio século atrás, quando partícipe de um movimento de Super-8, filmando/dirigindo O Coqueiro. Documentário com o qual auferi bom prêmio da SUDENE – de Melhor Curta-Metragem com Temática Nordestina. Fato ocorrido durante o Festival do Cinema Brasileiro, realizado em Recife/PE, em dezembro de 1977.
Pois bem, a “bitola nanica”, como era chamado o Super-8 por todos nós daquela época, já acostumados com os padrões 16mm e o 35mm, chegava como um recurso possível às nossas “filmagens”. Inclusive, com custos mais acessíveis aos nossos bolsos. O tempo passou e a arte de filmar também, com a chegada dos novos padrões eletrônicos trazidos pela televisão. Do sistema Analógico, que nos deu o VHS (cartucho de fita magnética de som e imagem) ao Digital de hoje. O que tem nos facilitado e muito na finalização dos vídeos.
Apesar das vantagens na edição, com as novas tecnologias audiovisuais, através do Digital, existem tradições técnicas, formais, que jamais devem ser esquecidas. Reiteradamente, tenho visto alguns equívocos na área de atuação do Audiovisual, de que se produzir um vídeo “é fazer Filme”.
Sempre debati isso com meus alunos em sala, nas universidades em que ministrei aulas: Dulcina de Moraes de Brasília, UFPB, IESP e ASPER, as três últimas aqui em João Pessoa. Hoje, alguns desses ex-alunos, mesmo tendo incorporado bem, à época, nossas formulações técnicas/acadêmicas, sobre o real étimo da palavra Filme (película), que a distingue de Vídeo (técnica de reprodução eletrônica de imagens em movimento), permanecem no erro de que gravar eletronicamente imagem e som é “filmar”.
Erudição e etimologias, à parte, voltemos ao informe do jornal sobre um projeto paraibano, que acaba de receber prêmio no Festival Internacional de Cinema Super-8 de Curitiba. Um grupo de casa (foto), ao assinar o projeto, põe novamente em evidência uma “bitola nanica”, que foi tão usada e querida durante os anos de 1970/80. Época em que o cinema paraibano mostrou sua tendência ao profissionalismo, que hoje desfrutamos no plano da realização audiovisual. Agora, uma boa dica: Recentemente, foram lançadas no mercado várias opções de filmes Super-8 reversíveis e negativos, que correspondem à série Vision da Kodak. Por tudo isso, bem posta essa retomada às origens do nosso cinema. Aos remanescentes daquela época (também os novos) do grupo, de uma fase tão criativa, na arte de filmar, parabéns!
APC analisa propostas à atual gestão
Algumas sugestões de continuidade de projetos paralisados nas gestões anteriores – como Estudos à criação da Cinemateca Paraibana, publicação da Revista APC e Premiação anual de audiovisuais locais –, apresentadas na primeira assembleia deste ano, estão sendo analisadas pela diretoria da APC e membros de seu Conselho. Também, fazem parte do estudo de viabilidade, a criação de ações educativas sobre o cinema paraibano, em Escolas Públicas do Município de João Pessoa, bem como, a abertura da Escola de Cinema na própria APC, com cursos para formação de profissionais em Audiovisual. O presidente João de Lima acatou as propostas, que permanecem em estudo.