Esculápio com literatura às vezes abonam cinema

Foto: “Médico, escritor e cineasta Manoel Jaime Xavier Filho”.

Existe na sabedoria popular a expressão que diz: “Nem só do pão vive o homem”. Um aforismo bastante conhecido, mas que deixa implícito um outro não menos conhecido, essencialmente onisciente e bastante essencial, que é o conhecimento; seja esse erudito ou não, mas que deva ser elementar para a existência de todos.

Só não basta recorrer aos grandes filósofos e sociólogos, ao cientificismo de suas gnoses, leituras e feitos, para que se possa construir maiores saberes. Eles foram e ainda são importantes, sem dúvida alguma, como parâmetro ao que podemos ser atualmente. Mas que tenhamos de buscar em nós mesmos, de quando em vez, as aptidões que seriam muitas, nem sempre vistas como devem, a partir de nossas próprias memórias e heranças genéticas.  

Fazer da leitura a busca constante, ouvir bem e ver sempre, questionar quando necessário, são formas indispensáveis do conviver. Uma necessidade que deve se espelhar naquela máxima de Sócrates, que diz: “Só sei que nada sei”; vindo corroborar, em lógica, com o escritor paraibano José Américo de Almeida: “Ver bem não é ver tudo: é ver o que os outros não veem”. Ainda no campo das letras e no sentido das palavras, evocaria um outro pensador que afirma: “Quem não vê bem uma palavra, não pode ver bem uma alma”, expressão que ficou gravada por Fernando Pessoa em suas gnoses.

Entrementes, ainda no plano das cognições até aqui presumidas, e para utilizar um jargão corriqueiro e estritamente médico, “auscultando” em meus alfarrábios a curiosa e singular narrativa do ilustre médico e parceiro da cena cinematográfica, o amigo Dr. Manoel Jaime Xavier Filho, constato que a sua capacidade de medicar se coaduna e muito bem, tanto quanto possível, à sua verve literária. Digo isso, justamente para lembrar de seu conto, que tem por título “A visita médica”, publicado em agosto de 2018 na Revista da Academia Paraibana de Medicina. O que nos dá a certeza de um verdadeiro casamento entre o esculápio e a literatura.

E para quem vive se encantando com o movie theater, e já tem trabalhos realizados, as ideias de Jaime são como “estimulantes medicamentosos”, para “piorar” ainda mais quem já está acometido do mal de uma grave “cinefilia”. Por esta razão, vimos seguindo e palmilhando os remotos caminhos da nossa Capital das Acácias, buscado resgatar memórias culturais e seus vultos não menos significantes. Sagas essas que nos têm levado aos tempos em que o cinema ainda não tinha aprendido a “falar”. Assim, metaforizando sobre propositura acima (inclusive, sobre um dos clássicos dirigido por Victor Flaming: “O Médico e o Monstro” de 1941) diria que, de médico e de “monstro” o amigo Jaime tem ainda muito a nos revelar…


APC reúne sua diretoria

A diretoria da Academia Paraibana de Cinema se reuniu na quarta-feira passada, de forma virtual, quando foram discutidos vários assuntos de ordem administrativa. Do encontro participaram a presidente da APC, atriz Zezita Matos, os professores João de Lima e Alex Santos, além dos acadêmicos João Carlos Beltrão e Heleno Bernardo

Dentre os assuntos discutidos, foram lembradas algumas ações do Núcleo de Documentação Cinematográfica (Nudoc/UFPB) e sua parceria em 1981 com o Ateliers Varan, uma associação de cineastas de Paris, na França. Ocasião em que foi citado também o nome da cineasta e acadêmica paraibana Vânia Perazzo, Cadeira 35 da APC, beneficiada naquele acordo.