Em Santa Rita alunos empreendem o audiovisual

Foto: Alunos do projeto gravam cenas comuns de seus cotidianos.

Mais uma vez a juventude da cidade de Santa Rita, há vinte quilômetros da Capital João Pessoa, dá exemplos de discernimento e de esperteza cultural, empreendendo o audiovisual. A minha sobrinha Iasmin Soares, que lá reside com os seus pais, em dezembro do ano passado, após integrar o laboratório de projetos audiovisuais do FeCCI, em Brasília, concluiu seu curta-metragem Afluências. Documentário autoral, escrito, roteirizado e também dirigido por ela, abordando os depoimentos de algumas mulheres indígenas, suas ações e afetividades. Audiovisual com foco na “colonialidade do poder”, selecionado nacionalmente e exibido no Cine Brasília, no Distrito Federal.

Agora, deparo-me com mais alguns virtuoses nessa arte, liderados pelo projeto “Clube de Cinema Ferris”, que funciona na Escola de Ensino Integral Maria Honorina Santiago, no município de Santa Rita. Grêmio cuja finalidade é “reunir alunos da escola estadual e ensiná-los as técnicas do audiovisual”. Uma experiência que já dura cinco anos, com trabalhos em vídeo produzidos por eles, inclusive participantes do Fest Aruanda do ano passado.

Bem posta, certamente, a ideia de se desenvolver a capacidade criadora da nossa juventude através do audiovisual. Em particular, a escola estadual de Santa Rita, cujo projeto tem a coordenação do professor de inglês e artes, Willian Bezerra. Mérito, ainda, à organização do projeto, por ter um caráter de socialização, quando envolve outros centros educacionais, a exemplo da Escola Estadual Prefeito Antônio Teixeira, do mesmo município, promovendo suas campanhas junto à comunidade local, na aquisição de materiais aos seus trabalhos videográficos.

O mérito de importância da atividade estudantil cultural produtiva, nas escolas públicas, é irrefutável. Contudo, o ato de se produzir um audiovisual não representa, verdadeiramente, “fazer Cinema”. E é justamente sobre isso que tenho procurado, costumeiramente, explicar em meus escritos e quando dos ensinamentos em sala de aula. Daí, a necessidade de uma didática correta aos alunos, distinguindo o que é Cinema e um simples Audiovisual. Contudo, parabéns aos organizadores do “Clube de Cinema Ferris”, por essa singular “catequese” cultural. Em verdade, uma atividade audiovisual que só enaltece a minha cidade natal, de tantas e boas tradições cinematográficas. Como cenografia rural e canavieira, para a realização de produções, em tempos idos; também, em número de salas de cinema para o público. Espaços de exibições fílmicas, construídos e preservados, estoicamente através dos tempos, pelo meu saudoso pai, Severino Alexandre Santos. Um dos pioneiros exibidores do nosso estado, hoje, honrosamente imortalizado pela Cadeira 05 da nossa Academia Paraibana de Cinema.


APC se congratula com a Editora A União

A Academia Paraibana de Cinema se congratula com a Editora A União, pela recente criação do seu Conselho Editorial, em junho passado, publicada no Diário Oficial do Estado. O Conselho agrega diversas regiões do Estado, na sua diversidade literária: cordel, conto, crônica, poema e romance.  

O novo órgão, integrado à Empresa Paraibana de Comunicação, teve sua primeira reunião já neste mês. Oportunidade em que a diretora-presidente da EPC, Naná Garcez, disse da importância do conselho no processo editorial de A União, e agradeceu a contribuição de todos no processo de valorização da cultura paraibana.