Blonde: O real e o virtual em Marilyn Monroe

Foto: A atriz Ana de Armas protagoniza Marilyn Monroe, em ‘Blonde’.

Que a Netflix tem buscado nesses últimos tempos, argumentar sobre os grandes mitos de Hollywood, especialmente sobre os nomes que a fizeram glamourosa, durante os anos cinquenta e sessenta, não há novidade nisso… Contudo, os bastidores dos megas estúdios de cinema vêm sendo revelados em adaptações, com raras exceções, exagerando-se o que foi realmente a sua pompa naqueles tempos de ouro, nas terras do Tio Sam.

Um dos filmes que mais gostei foi Filmando Casablanca, com direção de Tamas Yvan Topolanszky, que escreveu também o roteiro. Uma produção de um ano antes da sua estreia no Brasil, que foi em 2020, e sobre ela comentei aqui mesmo na coluna. Um remake baseado no clássico Casablanca (1942), de Michael Curtiz, que teve problemas com influências políticas na produção, sobretudo, por ter sido realizado na época da Segunda Guerra Mundial e ter como cenário a cidade marroquina ocupada de Casablanca.

Mas, hoje, quero me reportar ao mais novo streaming da Netflix, que foi recentemente lançado, sobre os bastidores hollywoodianos. Baseado no livro da escritora Joyce Carol Oates, misturando realidade e ficção, o filme resgata a vida de uma famosa atriz americana dos anos cinquenta e sessenta, dentro e fora dos estúdios cinematográficos.

O filme é Blonde dirigido por Andrew Dominik. Título estranho, segundo minha cara metade e sempre habitué de sala de tv, Lili, para quem um simples “Loira só não basta, para uma obra importante sobre a trajetória de vida da atriz Marilyn Monroe”. Fiquei matutando como explicar a ela aquela sua observação tão oportuna. Então, lembrei da mesma Marilyn em Os Homens Preferem as Loiras, clássico filme da época, de Howard Hawks.

Pois bem, como se viu, Blonde não é uma real biografia da famosa atriz que foi Marilyn Monroe, personagem no filme de Andrew Dominik, deveras bem interpretado pela cubana Ana Celia de Armas Caso (ou, simplesmente, Ana de Armas). Atriz que teve mise em scène considerável em outros filmes e num dos últimos sobre James Bond – 007 Sem tempo para matar (2020). Ana participou ainda de alguns telefilmes e seriados para a televisão, inclusive, com atuação premiada.  Ousado, do ponto vista sexual da vida de Marilyn, Blonde trata de forma superficial alguns dos valores morais e sociais da “biografada”. A sequência em que se atribui ser um dos encontros dela com o presidente americano John F. Kennedy, mostra a condição de uma mulher moralmente degradada. O que, para a atriz Ana de Armas terá sido o cumprimento de uma espécie de missão de um personagem que vive “loucura e fama”. Contudo, é um filme que deve ser visto.


APC: Acadêmico lançará seu livro ainda este ano

O professor aposentado da UFPB Carlos Meira Trigueiro e integrante da Academia Paraibana de Cinema, tendo como patrono o exibidor interiorano Agripino Cavalcanti, acaba de escrever suas memórias em livro, devidamente ilustradas, trazendo histórico sobre sua participação também na APC, desde a instalação da entidade em dezembro de 2008.

Segundo Carlos, que se encontra em viagem com a família no Uruguai, ele deve retornar à Paraíba, proximamente. Quanto ao seu livro, o próprio autor afirmou que deve entrega-lo à gráfica assim que retornar de viagem, e que seu lançamento está previsto para depois das próximas eleições.