
Para conhecer bem a História da Paraíba, desde seus primeiros tempos, assunto que me é deveras importante ao cinema, sempre me pautei em três fundamentos: na própria história, formalmente apresentada pela literatura; na busca pessoal de informações junto ao amigo e historiador José Octávio de Arruda Mello; antes, nas conversas e lembranças que sempre tive com meu saudoso pai, Alexandre, sobre a urbanidade da cidade de Parahyba, com base na época em que ele aqui residiu, lá pelos idos de 1928. É quando, me disse, pela primeira vez manteve contato com o cinema do bairro da Torre, que ficava em frente à estação de bondes Cruz do Peixe, próximo ao seu trabalho na construção civil, numa parceria com o tio Antônio Gonçalves.
Anos depois, já residindo em Santa Rita e trabalhando de operador de cabine no Cine Independência, eu já um adolescente, meu pai dizia que a Rua Maciel Pinheiro, na Capital, onde ele buscava os filmes cinematográficos que exibia, era uma espécie de centro comercial, onde lá ficava a Casa Rodriguez, que pertencia à família do conhecido fotógrafo e cineasta paraibano Walfredo Rodriguez. E que, nessa época, a cidade não era mais Parahyba, mas João Pessoa, nome que ganhara em razão do assassinato que sofrera o presidente João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque. Episódio acontecido na cidade de Recife, Pernambuco, durante a Revolução de 30, liderada por Getúlio Vargas.
Recentemente, as histórias da Paraíba e de João Pessoa voltaram à cena. E mais uma vez sob o comando do amigo e professor Zé Octávio. Só que agora de modo diferenciado. Melhor dizendo, de “forma” ornamental jamais vista e apresentada: “João Pessoa – Uma cidade em quadrinhos”.
Bem posta a ideia de se rever a nossa história, em toda sua importância e nobreza de contornos estéticos, através dos quadrinhos. Uma nova façanha somente conseguida, convenhamos, pela ousadia de um autor e seu grupo de inovadores, que se mostra preocupado com o futuro da leitura, sobretudo dos jovens, numa época de tantas “inteligências artificiais”. Com uma excelente recepção de público em seu recente lançamento, na Livraria do Luiz do Mag Shopping, o livro de Zé Octávio, “João Pessoa – Uma cidade em quadrinhos”, com ilustração de Edi Guedes, possibilita um novo olhar (estético) sobre a história de uma cidade, que tão bem conhecemos e aprendemos a venerar. Sobretudo, em razão da Sétima Arte e das bibliotecas, inclusive lembrado pelo próprio autor, para resgatar hábitos importantes que sempre teve, lendo livros de história e assistindo aos filmes no cinema: “Aqui tínhamos grandes salas, como o Rex e o Plaza, que exibiam filmes sobre a Segunda Guerra Mundial e a guerra fria”.
APC: “Revista Século e Meio”
Ocupante da Cadeira 31 da Academia Paraibana de Cinema, o cineasta Romero Azevedo, de Campina Grande, também diretor da “Revista Século e Meio”, acaba de lançar no mercado o seu Volume 6, de dezembro/janeiro de 2025. O periódico traz um extenso relato sobre o professor e administrador de ensino Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque.
O presidente da APC, prof. João de Lima Gomes, em capítulo especial da revista, descreve também sobre a importância de Lynaldo Cavalcanti à frente da UFPB, ao término de sua gestão, quando da criação do NUDOC – Núcleo de Documentação Cinematográfica, em setembro de 1979.