Por um cinema para todos

Antigo Plaza Cinema De Rua Dos Bons Tempos Em Joao Pessoa
Foto: Antigo Plaza, cinema de rua dos bons tempos em João Pessoa.

Não é de hoje que existe uma certa apreensão no meio cinematográfico, quando se trata do financiamento de sua produção pelos órgãos públicos. É fato notório que muitos produtores interessados ficam querendo saber o quantum, como e quando isso deverá acontecer.

Nessa semana, o cinema sentiu novamente o sopro financeiro de nossos governantes, com formalização de um projeto que torna permanente e maior o prazo para a aplicação dos recursos. Medida, que vem respaldada no Recine – Regime Especial de Tributação para o Desenvolvimento da Atividade de Exibição Cinematográfica. Rubrica que beneficia os estados e municípios em sua programação de projetos culturais, extensivo ao “apoio e modernização de salas de exibição, principalmente em cidades menores ou do interior”.

Sancionada pela Presidência da República, a norma tem prazo para o uso de seus benefícios fiscais do Recine, até o final de 2019. E permite desonerar os tributos federais, na criação de novas salas de exibição cinematográfica. E, é sobre esse assunto, a coluna de hoje.

Em toda vida, desde os meus primeiros anos, tenho convivido com o cinema. Antes, vendo meu pai administrar suas salas de projeção, em Santa Rita e cidades vizinhas. Aprendi com ele a admirar e conviver com uma das culturas tradicionais mais importantes, e popularmente conhecida como “cinema de rua”. E essa experiência me conduziu à essência da própria Sétima Arte.

Por ser uma “Arte de Luz”, como sentenciara o genial Federico Fellini, a rigor, ela não é só de cenas claras e brilhantes, como se tem na televisão. Ela é muito mais diáfana, sublimada, quando veiculada através do cinema. Por isso, continuo afirmando: O grande mistério do Cinema está nele mesmo; na sua fantasia, que nos transporta.

Pois bem, contextualizando sobre a preferência de público – se ela seria pelo “cinema de shopping” ou “cinema de rua” –, diria ser um hábito, hoje, bastante mudado com relação às pessoas, do que antes representava a arte mais socializada, mais bem posta como entretenimento de massas. Havia um certo glamour em “se ir ao cinema”. Hoje, vai-se ao shopping, não mais ao cinema. Assistir a um filme numa dessas salas, agora é mera consequência de se ir ao shopping. Mesmo que esteja em cartaz aquele filme aclamado pela crítica, ou não. Esta semana, uma medida aprovada pelo governo, assegurando recurso à instalação de novas salas de cinema em cidades, onde não existe essa forma de entretenimento, acredito ser de bom tom.


A Academia Paraibana de Cinema deve homologar na próxima semana, em encontro de sua diretoria e conselho, o nome de Laércio Ferreira Filho, eleito para ocupar a Cadeira 02, que era do cineasta Vladimir Carvalho.

O mais novo integrante da APC é produtor cultural, residente no interior da Paraíba, natural da cidade de Pombal. Como diretor e roteirista, Laércio realizou alguns trabalhos. O documentário Memória Bendita, Anjos Cingidos, além de Antoninha, fazem parte de sua autoria.