
Olhando bem, sempre encontramos no passado aquela referência viva do que fomos ao que hoje somos, profissional e culturalmente, nos diversos estágios da nossa vida. E para quem sempre militou no plano da cultura, por extensão no cinema, lógicas assim me fazem todo sentido.
Parceiro meu desde os tempos do Nuppo/UFPB, ele na cultura popular, eu em jornalismo e no cinema, passai a me encontrar com o professor José Nilton da Selva também em salas de aulas, no Departamento de Comunicação Social: ele ensinando Educação Artística, eu ministrando aulas de Foto-Cine, depois, Mídias Digitais. Época dos nossos logos papos com o amigo cineasta Linduarte Noronha.
Graduado pela Universidade Federal da Paraíba, no curso Licenciatura em História, professor José Nilton da Silva é, hoje, figura das mais conhecidas no nosso meio cultural, notadamente em Cultura Popular. Sobre quem, esta semana, o historiador José Octávio de Arruda Melo fez a seguinte afirmação: “Prestei mais atenção à personalidade de José Nilton da Silva, dinâmico cientista social paraibano cuja biografia vem sendo agora trabalhada…”
Na realidade, o nosso Zé Nilton, como é normalmente conhecido, tem uma aproximação também muito forte com o cinema paraibano, através da fotografia. Basta ver o seu currículo, onde encontramos pontuações muito remotas, tais como a que registra sua participação no curta-metragem “Padre Estende a Mão”, de Jurandy Moura (1970), além de outras realizações, sempre como Fotógrafo de Still.
Em parceria comigo, Zé Nilton iniciou em 1975 no curta-metragem “Vila de Independência”, depois em “O Coqueiro”, filme premiado nacionalmente em 1977. Na década seguinte, fotografou “Lucena Paradisíaca”, sobre as praias do norte da Paraíba, e representando o Nuppo participou ainda dos seguintes documentários sobre cultura popular: “Misticismo – Folguedos e Tradições”, “Africanos” (da Torre), “Pastoris”, “Scherasade – Parahyba” e “Procissão Marítima de São Pedro”, entre os anos. Foi pesquisador e fotógrafo da produção “O Romanço do Dinossauro”, gravada no Alto Sertão da Paraíba (1992), com os cineastas Pedro Jorge de Castro (UnB) e Alex Santos (UFPB), filme inscrito no Festival de Cinema das Ilhas Canárias, na Espanha. Fotografou o média-metragem “Antomachi”, de Alex Santos, e codirigiu “A Ninhada”, que lhe rendeu o prêmio de Melhor Filme de curta-metragem sobre Cultura Popular do V Festcine Digital do Semiárido. Recentemente, atuou em “Poltrona Rasgada”. Portanto, a trajetória Zé Nilton merece ser sempre lembrada.
APC debate filme “Não Somos Impuros”
A Academia Paraibana de Cinema confirmou presença na exibição e debate sobre o filme Não Somos Impuros, que deve acontecer no final deste mês, nesta Capital. O convite foi feito diretamente à APC, sendo aceito pela diretoria da entidade, que cumpre, assim, um dos seus compromissos, sendo o de valorizar o cinema em quaisquer estágios de sua realização.
O evento deverá acontecer na sede da Federação da Agricultura e Pecuária (Faepa), no bairro de Jaguaribe, na Rua Engenheiro Leonardo Arcoverde, 320, com direito a coffee-brake.