Festivais de cinema buscam um novo e atraente glamour

Foto: “Cineasta Oliver Stone faz protesto político e cita o Brasil em Cannes-2021”.

Quando o glamour arrefece, retirando o magnetismo das estrelas de tão badalado tapete vermelho e desbotando a sua cor, haverão de surgir outros arroubos e “jogadas de marketings” a substituírem, de oportuno, as tradições fascinantes dos grandes festivais de cinema.

Não apenas bastou o desfilar e a beleza estonteante de uma famosa atriz brasileira no Festival de Cannes (França) deste ano – imagem que viralizou na Internet –, para que, durante o certame, se emitissem teses contestatórias sobre o confuso momento político do país-nosso-de-cada-dia, como um dos centros das atenções de todos alí presentes; sendo aqueles reais “cinemistas” (ao uso da expressão, com a devida vênia do meu amado netinho Arthur Luna) ou meros espectadores de mais um evento fantasioso e globalizado.

E o mais inusitado é que, o famigerado “eco democrático” partiu não só de um brasileiro, mas de alguém das terras do Tio Sam; ninguém menos que o multipremiado diretor de cinema Oliver Stone, ganhador de vários Óscares, Ursos e Globos de Ouro, e que nos deu grandes obras como “Plaoom” (1986), “Nascido em 4 de julho” (1989), entre outras. Sempre com um víeis político e nacionalizado, a exemplo de “Nixon” (Richard), com o excelente ator Anthony Hopkins protagonizando o ex-presidente norte-americano.

Na verdade, a cinematografia de Oliver Stone sempre foi tendenciosa ao político institucional. Sempre com um pé na ficção e outro no documentário, sua filmografia vem cotejando as grandes figuras governantes, quiçá, uma influência deveras imediatista da televisão nos dias atuais. Daí, a abertura mais criativa do cineasta por temas que dizem respeito ao poder governista e climas políticos advindos desses poderes.

Só como exemplo, citaria algumas realizações focadas nesse imperativo, como “Castro in Winter” e “Procurando Fidel”, no início deste século; além de “Mi Amigo Hugo” (Chávez), documentário venezuelano feito para a televisão, passando por questões não só da América Latina, mas dos próprios Estados Unidos. E daí, a célebre entrevista de Stone com o então presidente da Rússia Vladimir Putin, em 2007 (“The Putin Interviews”), além do documentário seu mais recente, “JFK Revisited: Through the Looking Glass”, realizado este ano. E como o próprio título diz, uma “revisitação” à atmosfera política dos EUA durante a gestão do presidente John F. Kennedy, até sua morte.

Entende-se, portanto, diante do cabedal político-ideológico do cineasta Oliver Stone (exemplo do diretor Spike Lee, que presidiu o evento deste ano), a sua ululante aparição durante o recente Festival de Cinema de Cannes. Em que consegue – como disse o noticiário – aproveitar os holofotes do festival para reafirmar aquilo já sabíamos: “os EUA estão por trás das articulações para desestabilizar líderes latino-americanos de esquerda…”. Denúncia que, se sabe, inclui igualmente o Brasil. A rigor, questões político-ideológicas à parte, encenadas pelos cineastas Spike Lee e Oliver Stone, que precisam mesmo de holofotes para tanto, o que está em jogo mesmo e a magnitude, seriedade e zelo às tradições de festivais importantes como os de Cannes e de Hollywood.


APC parabeniza seu ex-Presidente

O escritor e professor-doutor Moacir Barbosa de Sousa, ex-presidente da Academia Paraibana de Cinema, ocupante da Cadeira 07 (cujo patrono é o compositor e criador de trilhas sonoras para filmes Lourenço Fonseca – Capiba), hoje aposentado da UFPB e das consultorias acadêmicas no MEC, e morando atualmente em Lucena, na Paraíba, continua historiando sobre música e cinema na Paraíba.

Em razão do excelente trabalho organizacional que promoveu na APC, quando de sua gestão (2016/2018), também por sua dedicação ao cinema e à música, a diretoria atual da entidade e amigos lhe parabenizam por mais uma efeméride neste primeiro de agosto. No cinema, Moacir organizou as trilhas incidentais dos documentários “O Coqueiro” do cineasta Alex Santos, atuando em “Parahyba” de Jureny Bitencourt.