Há algum tempo assisti ao filme Babilonia (2022), produção recente que resgata a história do cinema, ainda da sua fase em preto e branco. A época me fez lembrar quando ainda muito criança, vendo meu saudoso pai iniciar as suas atividades de exibidor cinematográfico. Tinha lá meus oito anos; quiçá, pouco mais que isso. E, vendo-me diante daquela enorme tela branca de algodão, de nossa primeira sala de projeção, o Cinema passou a ser para mim um universo fantástico, indescritível, de muitos sonhos e de estima familiar. Justamente pelos filmes que costumávamos exibir durante todas as noites, sublimando seus heróis e sagas hollywoodianas. Memórias lúdicas à parte, mesmo assim ainda as trago aos dias atuais. Os anos se passaram…
Assistindo-o pelo streaming, noto que Babilonia não nos traz, hoje, os feitos heroicos e o “glamour” de seus personagens. Outrora, simplesmente dramáticos e repassados ao meu encantamento. Saga aquela que empolgara tanto a infância daquele garotinho filho de dono de cinema, que ganharia no futuro a alcunha de “cinemista” – neologismo hoje criado polo meu netinho Arthur, de apenas 11 anos, para definir o que seria “artista de cinema”.
Laureado com o Globo de Ouro e ganhador de Óscares, obra escrita e dirigida por Damien Chazelle (“La La Land”), Babilonia traz em seu elenco os nomes de Brad Pitt, Diego Calva e Margot Robbie nos papéis principais. O filme mostra as esquisitices e escândalos de uma Hollywood em ascensão e queda, bem como sua rumorosa passagem do cinema mudo para o sonoro, no final da década de 1920, em plena Primeira Guerra Mundial. Desnuda os bastidores do cinema na cidade de Los Angeles, expondo as excentricidades e escândalos de alguns produtores, autores e estrelas da época.
Com uma narrativa em ritmo “nervoso”, Babilonia chega a nos chocar em alguns momentos, em razão da extravagância, bizarrice, de seus personagens na história. Os escândalos estão por toda parte, típicos de um império em franca decadência. O ator Brad Pitt encarna a figura de John Gilbert, um dos maiores astros da época do cinema mudo, onde imperam as drogas. E como observador de tudo que se passa nos bastidores da cinematografia, um produtor (ator Diego Calva) tenta organizar as coisas, mas sem sucesso. Aceito por uns e rejeitado por grande parte da crítica, o filme do cineasta Damien Chazelle possui alguns méritos. Notadamente, quando busca expor algumas “verdades” tidas como notórias num centro glamoroso de produção cinematográfica como foi Hollywood. Também na cena final, mostrando o diretor (Diego Calva) assistindo comovido às imagens de antigos filmes, o que nos remete ao clássico de todos os tempos Cinema Paradiso. Ainda, emblemas memoráveis, como foram os da Paramount Pictures e Fox, mostrados em Babilonia, fizeram o encanto daquele menino filho de dono de “palácios de sonhos”, na cidade de Santa Rita.
APC convoca seus associados
Na próxima quinta-feira, às dez horas da manhã, a Academia Paraibana de Cinema (APC) reunirá sua diretoria para apreciar as propostas culturais deste mês. Na pauta, discussão e aprovação do calendário de eventos para os dois últimos meses do ano. Destaque para o lançamento de livro e celebração do Dia Mundial do Cinema, que acontecerá no dia 28 de dezembro próximo.
O encontro será presidido pelo professor João de Lima Gomes, com a presença de membros de sua diretoria, e acontecerá na Sala “Antônio Barreto Neto”, na Avenida Nossa Senhora dos Navegantes, em nova sede localizada próximo à Esquina 200, em Tambaú. A presidência da APC convoca todos os seus associados.