Um episódio importante para o cinema paraibano, neste ano de 2025, dentre outros que vimos testemunhando nesses últimos tempos, há de ser a celebração dos 65 anos da Associação dos Críticos Cinematográficos da Paraíba (ACCP). Em sendo dela associado, já a partir do início da década sessenta, à época presidida pelo jornalista e crítico de cinema Antônio Barreto Neto, hoje, sinto-me igualmente membro de outra entidade, a Academia Paraibana de Cinema. Esta, cujas origens remontam a própria ACCP e movimentes de cinemas dela originados.
Criado pelo governador José Américo de Almeida, em dezembro de 1955, mas só funcionando a partir do início dos anos 60, no governo de Pedro Gondim, a Paraíba sempre teve uma tradição rica de cinema. Seja no incentivo à sua cultura, através dos cineclubes, veja-se o esforço do escritor José Rafael de Menezes, pelo uso de espaços na imprensa escrita e falada, como na própria produção fílmica. E o Cinema Educativo da Paraíba veio para ampliar tudo isso, inclusive com sua função na socialização educativa junto às escolas estaduais, sobretudo na Capital e na Grande João Pessoa. Tudo dirigido pelo nosso João Córdula, entre os anos 1950 e 1970, tendo ainda auxiliado muitos jovens cineastas a realizarem suas primeiras produções cinematográficas.
Todos esses fatos estão em nosso livro “Cinema & Revisionismo”, obra publicada em maio de 1982, pela Editora A União, dentro das celebrações dos 25 anos do Cinema Educativo da Paraíba. Efeméride que causaria, ainda, a realização de um outro evento, o curta-metragem “Cinema Inacabado”, que dirigi em bitola 16mm e cores, justo, para homenagear o fotógrafo e cineasta João Córdula, diretor vitalício do CEPB. Córdula que, inclusive, é patrono cadeira 14 da Academia Paraibana de Cinema, hoje ocupada pelo atual presidente da APC, professor João de Lima.
Durante a gestão prof. Moacir Barbosa de Sousa, ele e o acadêmico Manoel Jaime Xavier, promoveram uma revisão da ACCP. Uma longa entrevista foi gravada com Wilis Leal e transformada em audiovisual, com informações privilegiadas que servirá como material de consulta sobre o período da ACCP. O encontro entre os acadêmicos da APC sobre a Associação dos Críticos Cinematográficos da Paraíba, no Auditório da FCJA, teve também a minha participação e da ASProd, empresa paraibana de Cinema e Vídeo, que gravou as imagens e ficou encarregada da finalização de um documentário de 30 minutos de duração, aproximadamente.
Sempre me foi preocupação, ainda mais agora, o sério resgate histórico do cinema paraibano, em sua real essência e rica trajetória ancestral, muitas vezes esquecida pelos “internéticos”, também pelos atuais videomakers. Mais ainda, quando queles que, saídos dos bancos acadêmicos não buscam saber, em profundidade, sobre as tradições e as raízes do cinema paraibano, ignorando (ou desdenhando) da nossa movie art. Quanto à importância do Cinema Educativo da Paraíba, no passado, gostaria de finalizar este artigo com uma declaração do nosso saudoso amigo Barretinho (Antônio Barreto Neto), na Apresentação do meu livro, quando afiança: “Há mais de oito anos militando na crítica e na realização cinematográfica, e adotando em ambos os fronts, a mesma postura (digamos) política, Alex Santos tem a autoridade que lhe confere essa experiência para falar com desembaraço, quando escreveu ‘Cinema & Revisionismo’ (…) e pela contribuição de João Córdula no Cinema Educativo.”
APC: Inscrições da encerradas
Com suas inscrições já encerradas, a Academia Paraibana de Cinema deve reunir sua diretoria nos próximos dias, para homologar o nome escolhido para a vaga deixada pelo jornalista e cineasta Carlos Aranha, da Cadeira 37, cujo Patrono é o historiador Geraldo Carvalho.
O anúncio do novo membro da APC, conforme prevê as normas da entidade, se dará em dia e hora a serem anunciados, oportunamente, para que se apresente o eleito no seguinte endereço: Unidade da FCJA, Av. N. S. dos Navegantes, no bairro de Tambaú, em João Pessoa/PB.