E não deu outra!

Cena De Orfeu Do Carnaval De Marcel Camus 1959 Franca
Foto: Cena de “Orfeu do Carnaval”, de Marcel Camus, 1959 (França).

Quem leu minha coluna “Coisas de Cinema” da semana passada, quando abordei as expectativas ao Oscar deste ano, aferindo o cinema brasileiro na forma em que vem sendo conduzido ainda, longe do mercado, há de convir que eu tinha razão. E reafirmo, hoje, o que falei antes; e que Ainda Estou Aqui, pelo que se viu,designou um novo panorama para o cinema brasileiro. É só seguir seus passos. Isso porque a palavra mágica é: Marketing.

Entenda-se que o nosso cinema requer uma busca a novos parâmetros e alinhamentos de mercado, que são mecanismos atuais de criações, também de produção, sobretudo de meios de difusão. A recente manifestação pública por todo o país, quando da indicação do filme de Walter Salles ao prêmio, em três categorias, teve um peso enorme. E isso gerou uma enorme expectativa e muitas possibilidades se desenharam durante as semanas que antecederam ao Oscar, de que o cinema brasileiro poderia caminhar pelo tapete vermelho e de Ainda Estou Aqui ganhar a famosa estatueta dourada.

Dentre muitos, essa foi também a minha expectativa, tanto que cheguei a “apostar todas as fichas”, através de minha coluna de domingo passado, na premiação do filme de Sales. E isso me fez focar, basicamente, na categoria de Melhor Filme Internacional. E não deu outra…

Embora existam algumas razões que fazem jus a essa premiação, sobre as quais já tive oportunidade de comentar anteriormente, a mais importante foi a distinta difusão sobre o próprio filme, grandes bilheterias registradas pelos cinemas, tanto de dentro como de fora do país, também uma midiática “carnavalização” momesca em todos esses dias. A verdade é que o filme de Walter Salles teve sua vez no Oscar. Mais ainda, por falar de um personagem simbólico da história política brasileira, Rubens Paiva, torturado e morto pela ditadura militar. E desse sentido político do filme, estranhamente, faltaram as manifestações de marketings (?) da atual Direita Brasileira.  E para finalizar, resgatando os 65 anos da premiação do Oscar ao filme Orfeu do Carnaval (realizado nos morros cariocas, baseado na peça teatral “Orfeu da Conceição”, com elenco, música e produção toda brasileira), trago uma curiosidade que julgo “coincidente” à realização de Ainda Estou Aqui, também na época de hoje, em plenos festejos de Momo. Coincidência ou não?


A Academia Paraibana de Cinema (APC) reunirá sua diretoria próxima quinta-feira, para cumprimento de pauta. Dentre as mais importantes, a abertura das propostas inscritas para ocupação das Cadeiras 02 e 37, vagas dos cineastas e jornalistas paraibanos Vladimir Carvalho e Carlos Aranha, falecidos recentemente.

O resultado com os dois nomes escolhidos às cadeiras vagas da APC será divulgado pela imprensa, oportunamente.  O encontro será na sede da entidade, presidido pelo professor João de Lima Gomes, com participação de toda sua diretoria e conselheiros da instituição.