O mito cinematográfico e a realidade dos genocídios

Comando Israelense Ja Exterminou Mais De 30 Mil So Em Gaza. 2
Foto: Comando Israelense já exterminou mais de 30 mil, só em Gaza.

A geração de sonhos daqueles memoráveis anos cinquenta, da qual ainda faço parte, que de uma maneira ou de outra era também ligada ao cinema, e se encantava com a saga de seus originais supereróis hollywoodianos, chocada hoje está com a mudança de paradigma das ações dos atuais “heróis”. Atônita mais ainda, pelo que vem mostrando atualmente as “estatísticas de mortes”, até denunciando números deveras preocupantes. E pior, ainda sob aplauso de seus responsáveis.

Se, no cinema, os conflitos regionais, as batalhas entre milícias, serviram para contextualizar artisticamente as representações de guerras, objetivando um espetáculo cênico, ou mesmo um remake da própria história social e política de determinadas civilizações, os conflitos atuais no Oriente Médio transcendem a esses princípios. E mais: hoje, sob uma chancela não mais da arte cinética, mas de uma mídia mercantilsta ainda mais poderosa que a Sétima Arte, até pela sua facilidade ao acesso à cultura e informação – a Internet e suas redes sociais.   

O recente comunicado, pela imprensa, de um porta-voz israelense sobre o atual extermínio voluntário em Gaza – numa guerra vista pelo mundo como um verdadeiro genocídio, sobretudo de famílias, idosos e crianças –, alegando que “Estamos determinados a continuar”, isso nos lembra a postura daquele oficial alemão designado à propaganda do Führer, na Segunda Grande Guerra.

Além de toda essa barbárie, que temos assistido todos os dias através dos telejornais e redes sociais, o mais chocante de tudo é aquilo que chamaria de “apologia ao genocídio”. Como se a propaganda pelas chacinas fosse medalha promocional àquele que a divulga. E um molde claro está em recente manchete de jornal, quando dá destaque à declaração do comando militar de Netanyahu: “Israel afirma ter matado mais de 17 mil milicianos”. Isso, sem contar com mais de 16 mil crianças, adolescentes e idosos, segundo noticiou a mesma imprensa.

Fica claro, então, que as batalhas dos poderes (bélicos) de Netanyahu na Faixa de Gaza, também de Vladimir Putin na Ucrânia, não são apenas com os carros-tanques, fuzis, bombas e demais artefatos belicosos, mas também pela disputa propagandística por números, visando “quem mata mais”.

Fato é que, toda essa situação é lamentosa! Isso, sem falar das “guerrilhas urbanas”, que existem nas periferias e centros das cidades, entre os marginais e milicianos, todos os dias, quiçá, influenciadas até por uma mídia que alardeia muito mais tais situações. Fatos sociais graves, que nos impõem a indagar se esses “personagens” não estariam imitando os clássicos “bandidos e mocinhos” assistidos no cinema? Se é verdade que “a vida imita a arte”, essa é uma máxima que também nos levaria diretamente a um dos clássicos do cinema americano, Imitation of life (Imitação da Vida), refilmagem de 1954 sob a direção de Douglas Sirk, com a atriz hollywoodiana Lana Turner.


A presidência da Academia Paraibana de Cinema (APC) acaba de ser comunicada por autoridade municipal da cidade de Santa Rita/PB, que o seu Patrono da Cadeira 05, Severino Alexandre dos Santos, pioneiro do cinema paraibano como exibidor cinematográfico, será homenageado ainda este ano pela Câmara Municipal daquela cidade.

De autoria do vereador Sebastião do Sindicato, do PT, o Projeto de Lei N066, que foi apresentado esta semana pelo próprio autor, em Sessão Plenária, está em tramitação no legislativo e já seguiu para a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal.

“Seu” Severino do Cinema, como era conhecido em sua cidade e nos meios cinematográficos, dentro e fora do estado, como proprietário de salas exibidoras de filmes, recebe agora a justa homenagem pelo Poder Público. A Academia de Cinema se sente igualmente honrada e agradece.