O que se entende por Indústria de Cinema

Chaplin Foi Quem Melhor Traduziu A Industria Do Cinema Em Tempos Modernos
Foto: Chaplin foi quem melhor traduziu a indústria do cinema, em Tempos Modernos.

O Cinema sempre foi uma arte a encher os olhos daqueles que a cotejam com seriedade. Como Indústria, mesmo em seu sentido moderno, demanda maiores bases de sustentação econômica e profissionalismo ao seu exercício.   

Uma das noções clássicas é de que, levando em conta suas estruturas, a Indústria de Cinema (ou cinematográfica) é formada por um conjunto ciente de empresas responsáveis pelas diversas etapas, em criar produtos artísticos direcionados ao cinema, especialmente. São empresas formadas por estúdios cinematográficos e produtoras de filmes e vídeos, para alimentar mercados de distribuição e de exibição em salas de cinema e tv, dentro e fora do seu país de origem de produção.

Uma das maiores referências históricas que se conhece, em se tratando de indústria de cinema, Hollywood ditou as regras empresariais/econômicas para o mundo todo. Durante décadas, falando-se em quantidade de produção, apenas o mercado da Índia lhe fez frente, conforme relata a própria história. Embora o glamour hollywoodiano jamais tenha fenecido como indústria. Um dos filmes que trata muito bem desse assunto, vivendo a efervescência do cinema nos USA, na década de setenta, é A Noite Americana, do diretor francês François Truffaut. Além de Tempos Modernos, de Charles Chaplin.

Recentemente, não entendendo bem o que seja de fato uma Indústria de Cinema, empolgados pelo anuncio dos editais de fomento ao audiovisual, em nosso estado, alguns “editados” exageraram em suas opiniões. Fato que vem se repetindo de forma equivocada, até como orientação acadêmica em nosso ensino superior, sendo rejeitado pela nossa crítica especializada e pelo setor profissional de produção. Esse, justamente onde a praxe cinematográfica é deveras empresarial.

No final do ano passado, com informação de que o Ministério da Cultura tinha prorrogado seu prazo para a liberação de recursos dos editais, não se sabendo pra quando, bem posta foi a decisão do Governo do Estado em se antecipar, mantendo seu real compromisso com a classe artística paraibana, liberando, ainda em 2023, os recursos destinados à cultura.

Mérito governamental com esse feito, à parte, ao disponibilizar algum investimento da Lei PG para a cultura, usuários desses editais exageraram em suas manifestações pela imprensa. Sob empolgação, alguns videomakers que aguardavam a decisão do governo, terminaram confundindo as bolas do jogo, trocando os pés pelas mãos em suas declarações, publicadas em A União. Estranhamente, um professor entrevistado afirmou que os editais estariam valorizando “a classe artística, movimentando a indústria do cinema”. De certa forma, mobilizando a classe artística, sim! Mas, que “indústria de cinema” temos aqui na Paraíba?


A Academia Paraibana de Cinema esteve presente à sessão, quarta-feira passada, durante a exibição do filme O sonho de Inacim, para homenagear o diretor paraibano Eliézer Rolim. A sessão aconteceu na Fundação Casa de Zé Américo, com participação de familiares do homenageado.

O atual presidente da APC, professor João de Lima Gomes foi quem coordenou os debates, após a exibição do filme, que tem na atriz Zezita Matos no elenco. Eliézer, que foi diretor de teatro, é um dois Sócios Beneméritos da Academia Paraibana de Cinema.