O NUDOC e sua criação por Lynaldo

Reitor Lynaldo E Equipe Na Epoca Tambem Da Criacao Do Nudoc
Foto: Reitor Lynaldo e equipe, na época também da criação do NUDOC.

Início dos anos de 1980. Com o fim do reitorado de Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque – de saudosa memória – na Universidade Federal da Paraíba, uma resolução deixada por ele (Portaria R/GR n° 024/80) e assinada pelo seu vice-reitor, Professor Serafim, nomeava-me um dos membros fundadores do Núcleo de Documentação Cinematográfica (NUDOC). Junto comigo, também indicados os professores João Mauricio de Lima Neves, à época, Pró-reitor para Assuntos Comunitários (PRAC), o maestro Pedro Santos e o fotógrafo Manoel Clemente, que assumiria ano depois a coordenação do núcleo, então instalado no prédio da Reitoria da UFPB.

Nessa época, trabalhando no Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA), eu dava aulas no Departamento de Comunicação Social, no Curso de Jornalismo e Relações Públicas, criado no reitorado de Lynaldo Cavalcanti. O fotógrafo Arion Farias dividia comigo a disciplina “Oficinas de Foto-Cine” (Fotografia e Cinema). Sempre buscando a parceria do NUDOC, que, com a saída do maestro Pedro Santos, estava agora sendo coordenado por Manoel Clemente, recentemente falecido. Pelo que vão, aqui, as nossas condolências.

Visando os demais setores acadêmicos da universidade, o NUDOC ficaria com a atribuição de assistir às propostas de realizações culturais e artísticas da UFPB. Programa previsto por Lynaldo, que deixava a reitoria para presidir recém criada Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação (ABIPTI), em Brasília. E por ser jornalista profissional, convidado por Lynaldo, passei à sua Assessoria de Imprensa, criando mensalmente o Boletim da ABIPTI. Foram dois anos que passei trabalhando nos escritórios da Asa Norte, em Brasília, enquanto fazia meu curso de mestrado, na UnB, em Comunicação Social e Cultura Contemporânea, sob orientação do professor e cineasta Pedro Jorge de Castro.

Retornando de Brasília, novamente busquei assessorar-me ao NUDOC e à sua política de extensão cinematográfica, na UFPB. Clemente já não estava na coordenação do núcleo. Mesmo assim, independente da finalidade para a qual foi criado, não devemos esquecer que o NUDOC foi criado sob influência de uma época em que o cinema paraibano foi o mais autêntico. De figuras-símbolos da nossa cinematografia, de realizações que marcaram época, e que hoje, muitas delas, continuam esquecidas pela nova geração de videomakers.

Instituições como Associação dos Críticos Cinematográficos da Paraíba (ACCP), à época, formadas e representadas por jornalistas como Wills Leal, Antonio Barreto Neto, Linduarte Noronha e seu “Aruanda”, principalmente Machado Bitencourt, saudosamente, devem ser sempre lembradas. Porque construíram não só Cinema; mas, écrans e sonhos, que se materializaram aos dias de hoje. Feitos que foram, de fato, a verve, a inspiração para a criação do nosso NUDOC. Em tempos atuais, tentando restaurar a filosofia “humana” desse cinema (que jamais foi “indústria”) e, de certo modo, buscar revivê-la, é que foi criada a nossa Academia Paraibana de Cinema (APC) Saúdo, aos que dela fazem parte.


Na quarta-feira passada, a Academia Paraibana de Cinema realizou sua primeira reunião no ano, para homologar a Ata de Assembleia Geral do dia 28 de dezembro de 2023, que deu posse à nova diretoria da entidade. O ato aconteceu nas dependências do Cine Mirabeau, às 9 horas da manhã, no bairro do Bessa, em João Pessoa.

A pauta do encontro, aprovada unanimemente, foi a seguinte: 1– Leitura do Relatório da gestão passada da APC; e 2– Posse do novo Conselho Diretor, sendo presidente o prof. João Lima Gomes, e vice o prof. Mirabeau Dias, para o triênio 2024/26. A assembleia celebrou também o Dia Mundial do Cinema, homenageando a atriz Zezita Matos com o “curta” audiovisual Anna Margot, realizado pelos acadêmicos da APC Alex Santos e Manoel Jaime Xavier.