Cinema e Igreja: Arte e Religião

Foto: Sala mesmo com som especial visa conforto do espectador.

Que alteridade existe, em termos de “celebração”, daquela cultuada em uma igreja, com toda sua erudição de “Santa Missa”, e a que é realizada numa sala de cinema, com a exibição de um filme?  

Se alguém me indagasse sobre isso, diria que ambas são dignas do maior respeito. Cada celebração, lógico, na sua mais real importância e finalidade. A missa, pela sua erudição e costume religioso, sempre em louvação à Deus; a sessão de cinema, também um culto que deve ser igualmente respeitoso, à cultura e genialidade de quem as produz.

Pois bem, longe de querer equiparar tais valores sociais e culturais, que se nos parecem muito distintos. Mas, é a forma como vêm sendo realizadas, por algumas igrejas, as celebrações de tais cultos. Isso, desde o momento em que as homilias passaram a ser “microfonizadas”, usando de altos decibéis. Verdadeiro incômodo aos próprios fiéis que frequentam essas igrejas. Na sua maioria, pessoas idosas e sensíveis a determinadas audições.

Se, no cinema, a realidade sonora é sempre ajustada ao ambiente da sala e à concentração do espectador – seja ele criança, adulto ou idoso –, hoje, em algumas igrejas, parece existir um desregramento de conduta paroquial, ao se usar “altos decibéis sonoros”, infringindo as regras de boa convivência com residentes próximos a esses apostolados. O caso de uma igreja do Bairro do Bessa, próxima ao Parque Paraíba III, é prova existente desse desconforto, já reclamado várias vezes pelos moradores da região. Já a comparação entre o som que se usa numa sala de projeção de filmes com a que é usado por alguns templos religiosos, prevalece é procedente. Mesmo reconhecendo-se que são “performances sociais” muito distintas, como já frisamos acima.

A propósito, até mesmo nos tempos em que o Surround foi adotado no cinema, jamais existiu alterações consideradas abusivas, pelo espectador, na forma de audição dos filmes. E para quem esqueceu, o áudio de som surround era, simplesmente, “o som que cerca, saídas por todos os lados com foco no objeto central (exibição do filme). Significa um alto-falante em praticamente todos os cantos da sala, projetando som digital de alta qualidade em todos os ângulos…”, isso, em um cinema, teatro ou sala musical. Em síntese, a verdade é que existe abuso sonoro por parte de algumas igrejas da cidade, durante seus cultos. Fato que se reveste de uma gravidade social e até política muito grande para a nossa Diocese. E o que a maioria da população exige, na realidade, é mais respeito do culto religioso à palavra de Deus. E que se atenda aos reclamos dos moradores próximos às igrejas, que são residentes idosos, outros doentes, sobretudo, aqueles que ainda habitam no bairro do Bessa.


APC: Memórias do cinema paraibano

Os professores da UFPB João de Lima Gomes e Pedro Nunes, também integrantes da Academia Paraibana de Cinema, acabam de lançar na Internet o livro “De Gadanho a Close – Memórias do Cinema Paraibano”. Coletânea de temas ligados ao movimento superoitista, especialmente aquele vivido entre as décadas de 1970/80.

O lançamento do livro aconteceu em dois lugares em João Pessoa: No auditório do Sintespb, na Universidade Federal da Paraíba, e à noite, no Cine Mirabeau, no bairro do Bessa. APC se congratula com os autores e parceiros.