Filme põe em xeque a pedagogia convencional

Foto: O garoto Ishaan e seu professor Shankar, em “Como Estrelas na Terra”

É bem verdade que o ensino inadequado gera não só desconhecimento daquilo que é certo e essencial à vida, como deixa ainda mais perturbada a mente do aprendiz. Digo isso, rebobinando algumas situações que tive em sala de aula, na UFPB, como em outras instituições de ensino superior, com alunos de naturezas tão diferentes ao aprendizado. Então, haveremos de nos perguntar: E aí, o que fazer? Ora, rever conceitos de ensino àquele aluno tido como peculiar. E foi o que sempre fiz…

Isso mostra que, a solução do problema no ensino, jamais está no aluno, mas no professor e na demanda diferenciada de métodos pedagógicos para cada aluno. Mais ainda, ao nos depararmos com um aprendiz considerado “especial”. Como é o assunto do filme Como Estrelas na Terra, uma produção indiana de 2007, dirigida por Amole Gupte e Aamir Khan, que também atua no filme, cujos direitos comerciais foram adquiridos pela Walt Disney Home Entertainment, sendo possível ser visto, ainda, na Netflix.

É um filme emocionante, que narra a história de uma criança de 9 anos de idade, Ishaan (Darsheel Safary), diferenciada, com problemas de Dislexia. O garoto passa quase o tempo todo sendo incompreendido pelos professores, não respondendo bem aos ensinamentos, situação que se repete até em casa com próprios pais, numa “rebeldia silenciosa” ao enfrentar as coisas.

Típico de quem é acometido de dislexia, o garoto Ishaan tem dificuldade de reconhecer os símbolos gráficos e a ligação das palavras. Um problema que se agrava justamente na sala de aula, levando os professores à loucura. Ao ponto de alguns deles agredir o menino na frente dos companheiros. Uma maneira rude e difícil de ser admitida.

No entanto, Como Estrelas na Terra denuncia o outro lado do problema: a face virtuosa de Ishaan na pintura. E isso só é possível através do professor Shankar (Aamir Khan), que chega para lecionar artes na escola do garoto. O mesmo professor que, quando criança, fora também incompreendido pelos pais e orientadores, por ter o mesmo problema. O professor Shankar, então, reinventa situações para os alunos, através da pintura. A cena é comovente, quando a direção da escola descobre o talento do garoto Ishaan. Belo filme!

Recentemente, motivado por uma experiência análoga de ensino, nas escadarias da Igreja São Frei Pedro Gonçalves, no Centro Histórico da Capital, orientada pelo amigo das Artes Visuais, Sóter Carreiro, me fez rever um filme Como Estrelas na Terra, que trata justamente desse assunto. Também, levou-me aos tempos de ginasiano, com o saudoso professor Zé Cornélio da Silva, de Geografia, com a maioria dos nossos encontros fora da sala de aula do Grupo Escolar João Úrsulo, nos arredores e canaviais da cidade de Santa Rita. Agora, sobre as atividades do amigo Sóter, no Centro Histórico, trarei os detalhes na próxima semana.


APC felicita o Editor do Correio das Artes

Academia Paraibana de Cinema – representada pela presidente, atriz Zezita Matos, seu Conselho Diretor e membros da entidade – se congratula com Editor do Correio das Artes, André Cananéa, pela recente homenagem recebida, em razão do trabalho jornalístico desenvolvido em A União.

As homenagens aconteceram na tarde da terça-feira passada, na sede da Academia Paraibana de Letras, centro de João Pessoa, durante o evento “Pôr do Sol Literário”.