O cinema e as “ondas” previstas por Tofflen

Foto: “Futurólogo Alvin Toffler autor do clássico livro A Terceira Onda”.

Desde muito cedo, que me lembre, e antes mesmo de estar enfronhado para cursar o Direito na UFPB, ainda na antiga Faculdade de Direito da Praça João Pessoa, tive como parâmetro de avaliação das coisas a História. Ainda acredito que, independentemente de outras teses de vida, vejo nas memórias escritas (ou não) um referencial influente em que se possa aquilatar as coisas do presente.

Já na década de 80, com a publicação de “A Terceira Onda”, o futurólogo e escritor norte-americano Alvin Toffler incutiu em mim uma expectativa de conhecimento que carrego até os dias de hoje. De que os povos do mundo todo passariam por uma revolução social, política e econômica significativa. E mencionava uma espécie de três fazes distintas na transformação cultural da humanidade: a econômica (primitivamente conhecida pelo “escambo”, na qual as pessoas trocavam mercadorias para suas necessidades especiais), a tão valorizada Revolução Industrial, com advento da máquina e, finalmente, esta que atualmente vivemos, que a história deveras reconhece em Toffler como da “revolução digital, a revolução das comunicações e a singularidade tecnológica.”

Uma singularidade que agora entendo ser do nosso próprio status quo, adeptos que nos tornamos das inovações tecnológicas. E que diz respeito ao confinamento das pessoas em suas próprias casas, mesmo sem deixarem de trabalhar comunitariamente, graças à digitalização dos meios de informação.

Mas o que isso tudo tem a ver com o cinema? Será que podemos esboçar uma agenda nesse sentido, para a trajetória da Sétima Arte? Diria que sim! Isso, se levarmos em conta as três fazes (“ondas”) importantes da História do Cinema: a fase primitiva, então representada pelo início da imagem móvel (“cinema mudo”), cuja participação da fotografia foi fundamental; o advento do som, com o “cinema falado”, e da cor, tudo entre o final dos anos vinte e a década de cinquenta; e o momento atual, com a digitalização da cena móvel, essa agora assistida em home cinema. E não só por questões de confinamento sanitário, não, mas por uma previsão também do futurólogo Alvin Toffler…

Quem sabe se, metaforicamente, não podemos aditar a natividade norte-americana do próprio Toffler, que diria coincidente ao filme “O Canto de Jazz” (1928), considerada a primeira película falada da História do Cinema?

Em razão de tudo, portanto, busquemos a nossa própria mise em scène. E sobre a questão das veleidades do conhecimento humano, encerraria com uma das sentenças do próprio Alvin Toffler, quando afirma: “Os analfabetos do próximo século (XXI) não são aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que se recusam a aprender, reaprender e voltar a aprender.”


Proposta de cinema ao Teatro Alfenim

A presidência da Academia Paraibana de Cinema iniciou acertos com a direção do Teatro Alfenim, no bairro do Castelo Branco, em J. Pessoa, para que a entidade teatral possa ser acessível a outras formas de artes, inclusive o cinema. Uma das propostas da atriz Zezita Matos é a da possível instalação, na sede da entidade, de equipamento cinematográfico de projeção em 35mm.

A informação é do prof. João de Lima, integrante da diretoria da APC, que disse ainda, logo sendo liberados os protocolos sanitários de acesso à sala e instalado o equipamento de cinema, o espaço propiciará uma nova atividade cultural, que deve envolver a UFPB e órgãos parceiros da cultura audiovisual, também com a finalidade acadêmica.