Qualquer atividade profissional, seja ela artística ou não, jamais terá a devida representatividade, no sentido mais amplo e literal do termo, fora de um arcabouço institucional, que lhe dê a merecida ordem e competência. A simples capacidade individual de quem exerce a profissão, rigorosamente, não seria o bastante no campo das artes, mesmo que essa fosse reconhecida publicamente, faltando-lhe garantia junto às demais instituições.
É verdade que nos tempos atuais, vivendo um processo globalizado cada vez mais intenso, a individualidade do artista e sua arte nem sempre têm sido entendidas como prerrogativa de quem gosta de viver no anonimato. Na maioria dos casos, culminando em ostracismos e frustrações, em detrimento não só do artesão, mas da própria arte.
O valor das instituições representativas é incomensurável. Contudo, há quem o desdém. O papel das Academias, por exemplo, quase sempre tem sofrido aviltamento por parte de seus próprios integrantes. Não raro, são aqueles que se mostraram envaidecidos, quando indicados a ocuparem acurados postos dentro da instituição, mas que hoje desdenham sobremodo da função e importância que ocupam.
A imortalidade acadêmica, enquanto “status” não apenas social, em razão dos nossos feitos, nos mais distintos segmentos culturais, seja literário, jurídico, comercial ou cinematográfico, é o reconhecimento de direito e de fato àqueles que, de certo modo, têm construído o melhor de si ao crivo das gerações atuais e futuras. Não representando simples “pedincha”, quando então indicado ao reconhecimento acadêmico.
O que se torna mais grave na maioria dos casos, no entanto, é a falta de reconhecimento e respeito daqueles que representam alguns dos nossos patronos. Sobretudo, o descompromisso aviltante sobre a entidade, que tão bem o acolheu. Quinta-feira passada, durante as celebrações do Dia Mundial do Cinema, a Academia Paraibana de Cinema deu posse à sua nova diretoria. Com a saída da atriz Zezita Matos de presidência, após sua considerável gestão, assumiu a titularidade da APC o professor João de Lima Gomes, e na vice-presidência o professor Mirabeau Dias. A nova gestão será de três anos.
Academia de Cinema já tem nova gestão
A nova diretoria da Academia Paraibana de Cinema, conforme previsto nos estatutos da entidade, deverá iniciar os seus trabalhos, já em início do próximo mês. Recentemente empossada, a atual gestão para o triênio de 2024/2026, terá novos e sérios desafios ligados à cultura cinematográfica.
O professor João de Lima Gomes é o novo presidente da APC, contando com a participação do professor Mirabeau Dias na vice-presidência. A apoio institucional de Carlos Meira Trigueiro na direção administrativa e Fernando Trevas na tesouraria, além de e Zezita Matos na secretaria geral. Para o Conselho Fiscal: Manoel Jaime Xavier, Alex Santos e João Carlos Beltrão.