Parabenizo o parceiro de jornal A União, André Cananéa, pela felicidade na formulação do título de seu recente artigo sobre o seriado Stranger Things (Coisas Estranhas): “O futuro está nos anos 1980”.
Mesmo nos dias de hoje, André busca no amanhã o futuro hype/fashion (moda) da música nos filmes atuais. Mais ainda, invoca um período áureo da sétima arte, que foi de fato a década de oitenta, na produção cinematográfica dos EUA. Embora sem a pirotecnia visual atualmente adotada pelo cinema.
Segundo relata Cananéa, “A produção bebe da fórmula produzida pelo cinema nos anos 1980, incluindo aí o comportamento dos personagens, o figurino e a trilha sonora oitentista…”
Se rebobinássemos o tempo, indo a esse período acima citado, iriamos encontrar grandes “musicais cinematográficos”. Não apenas com suas trilhas sonoras, que se destacaram. Que me lembre, são filmes como Flashdance, Xanadu, Dirty Dancing, La Bamba, não menos, um bem barulhento com Michael Jackson, Moonwolker. Incluindo ainda, dessa época, os clássicos como Amadeus, obra simbólica do diretor Milos Forman, além de Sinfonia da Primavera, e tantos outros.
O cinema sempre foi feito também de grandes musicais, mesmo antes dos anos oitenta. Lembro de filmes que exibi nos cinemas de meu pai, em Santa Rita, e um dos primeiros foi O Mágico de Oz, depois vieram Cantando na Chuva, Amor Sublime Amor, A Noviça Rebelde, até hoje considerado um dos maiores fenômenos de bilheteria, e muitos outros produzidos entre os anos de 1930 e 1960. O certo mesmo é que os grandes autores e personagens da música, quer seja ela clássica ou popular, não importa, têm sido temas e retratados em filmes, muitos deles monumentais.
E aqui lembraria de duas obras, que acredito da maior importância para a Sétima Arte, não dessa época “oitentista”, como diz o parceiro Cananéa, mas dos anos 1990: O Piano, dirigido com sensibilidade por Jane Campion, um drama insólito, que se passa no século dezenove, numa região remota ao norte da Inglaterra, e O Pianista, do conhecido diretor Roman Polanski, já do início deste século, que trata do período da Segunda Grande Guerra. Um retrato da devastação de uma cidade da Polônia. Em meio aos escombros de um velho sobrado, um sobrevivente é encontrado por um oficial nazista, que, de arma em punho, lhe poupa a vida, vendo-o tocar em um velho piano entre os destroços, o Noturno de Chopin.
E fecharia minhas indicações musicais no cinema, que me lembre agora, com um dos mais emblemáticos filmes desse gênero: Moulin Rouge – Amor em Vermelho, com roteiro e direção de Baz Luhrmann, tendo Nicole Kidman como a estonteante bailarina do cabaré parisiense. Filme que abre, podemos dizer, o século atual, com uma produção de 2001 e mundialmente aceita e festejada, com prêmios inclusive de Direção de Arte. Pois bem, Cinema e Música são “almas gêmeas”. Não bastassem as belas trilhas sonoras de tantas obras fílmicas…
APC: Obra de Barretinho será relançada
Patrono da Academia Paraibana de Cinema, o jornalista Antonio Barreto Neto, Cadeira 18 (cujo Ocupante é o crítica de cinema João Batista de Brito), terá sua antologia “Cinema por escrito” relançada nos próximos dias. Acordo feito entre o filho de Barreto Neto (Antônio Sérgio), a Empresa Paraibana de Comunicação e a Editora A União. O conteúdo da obra é formado de textos publicados por Barretinho, entre 1960 a 1980, no jornal A União.
A Academia de Cinema se congratula com a família do autor, pela tão importante inciativa, em resgatar um dos períodos mais singulares de crítica de cinema, na Paraíba.