
A Paraíba tem se consolidado no cenário cinematográfico brasileiro. Sua trajetória já é sobejamente conhecida, muito antes de um dos ícones maiores – “Aruanda”. Antes mesmo dos anos sessenta, época também do grande fluxo de produção chamado “independente”, o nosso cinema já marcava presença nacional mediante ações acadêmicas e intelectualmente importantes.
Da segunda metade dos anos cinquenta em diante, firmam-se as bases de uma atividade de cinema consistente. Criam-se a Universidade Federal da Paraíba, o Serviço de Cinema Educativo, de João Córdula, a Associação dos Críticos Cinematográficos da Paraíba e uma enormidade de cineclubes por todo o estado. Todos esses acontecimentos, uns mais, outros menos, formam o testemunho da nossa própria história cinematográfica paraibana.
Eram ações de cinema que discutiam e falavam dele mesmo. Esta seria a proposta que estava sendo costurada por um grupo liderado pelo crítico e historiador Wills Leal (fundador da “Hollywood Nordestina”). Segundo ele, já existiam na época mais de vinte filmes, vídeos e outras mídias retratando o cinema paraibano, só na Capital. “Isso já justificaria uma celebração e um acontecimento para marcar essa produção toda”, disse Wills, acrescentando: “Já estamos providenciando um festival para setembro vindouro.”
Na realidade, uma iniciativa importante, mais ainda, por ser pioneira em todo o país, segundo dados já confirmados. Um cinema visto por ele mesmo teria uma gama vastíssima de assuntos a serem discutidos, não só no plano da utilização de obras literárias paraibanas transcritas, mas, certamente, no plano da produção mesmo. Uma atividade cinematográfica redesenhada em filme, isso, a partir dos seus próprios bastidores.
Desse modo, nada mais justo que o aglomerado de todas as singulares propostas culturais de então em documento audiovisual, ao reconhecimento e sua relativa discussão. Algumas produções já estavam prontas, outras em fase de finalização, e, segundo Wills Leal, poderiam ser concluídas naquele mesmo ano, quando da realização do festival de filmes sobre o cinema paraibano. Quanto ao legado de Willis, sobretudo relativo ao cinema, agora vem de ser lembrado pelo Governo da Paraíba, ao reconhecer a cidade de Cabaceiras no interior do estado, sob dispositivo legal de número 14.16, como “Capital Paraibana do Cinema”.
APC: Dia Mundial do Cinema
Com o final de ano, celebra-se hoje o Dia Mundial do Cinema. Desde que foi fundada a Academia Paraibana de Cinema, este dia tem sido comemorado com muito entusiasmo. Este ano, a festa acontece no Cine Mirabeau, no bairro do Bessa, no horário de 9h da manhã ao meio-dia.
Os associados da APC e pessoas interessadas estão sendo convidados a participar do importante encontro, quando serão relançados alguns livros produzidos em 2025 pelos associados. Na oportunidade, haverá exibição de obras em curtas-metragens paraibanas.