65 anos de um clássico do cinema paraibano

Cena do documentário “aruanda”, de linduarte noronha.
Foto: Cena do documentário “Aruanda”, de Linduarte Noronha.

Lembro bem de duas realizações importantes, quando tento resgatar a trajetória cinematográfica do nosso cinema: “Aruanda” e “O Salário da Morte”. Obras realizadas pelo sempre indicado Linduarte Noronha. O segundo filme um longa-metragem genuinamente paraibano, em preto&branco, que guarda ainda valores inesquecíveis para todos que fizeram e ainda bancam o nosso “cinema de província”.

Nesses tempos atuais, e lá se vão 65 anos da produção de “Aruanda”, ainda trago comigo uma cópia desse documentário, que representou um dos bons movimentos daquela época, então considerada de “Cinema Novo”.

Quando do cinquentenário de sua obra maior, havia alguns anos atrás, dei um destaque evocando a realização de “Aruanda” (1960). Porquanto, os bons amigos sempre me serão eternos. E no caso em particular, o artista e confrade de uma obra nunca olvidada. Linduarte, aquele mais parceiro com quem convivemos dando aulas na UFPB, e no nosso dia-a-dia dos corredores da Associação dos Críticos Cinematográficos da Paraíba.

E não sem razão, que escrevi à época do cinquentenário de “Aruanda”:

“Analógica e curiosamente, lembro que ele começou a existir já com nome de artista. Não apenas porque tenha realizado um dos documentos fílmicos mais revolucionários e emblemáticos de sua época, e na história dos cinemas paraibano e brasileiro, dando novos ares ao “sonho em celuloide”, mas por ter mesmo um nome que leva a marca da própria Arte, literalmente, Lindu-Arte.

Arte de nome e também de realização se lembrarmos, por exemplo, duas obras inesquecíveis do cinema paraibano: “Aruanda” (que fiz questão de homenagear numa das cenas do meu filme “Antomarchi” /2010, resgatando a esquina do Cine Rex da época dos anos sessenta) e “O Salário da Morte”, primeiro longa-metragem tido como genuinamente paraibano. Uma obra em preto&branco que guarda valores inesquecíveis para todos os que fazem o nosso cinema.”   Hoje, irmanando-me mais uma vez às homenagens que nossa Academia Paraibana de Cinema lhe presta, como Patrono da Cadeira n0 2, faço também minha deferência ao nosso “prior”, não só pelo seu feito com “Aruanda” – 65 anos de escola de cinema documental, sobretudo no Nordeste brasileiro – mas, certamente, pelas bases técnica e reflexiva por ele utilizadas, em razão dos valores antropológicos, sociológicos e culturais de nosso Cinema na/da Parahyba. Mais ainda, em razão de sua destacada memória respeitosa e representativa, que acredito jamais será olvidada.


A Academia Paraibana de Cinema dará posse ao seu novo acadêmico em 11 setembro. André Cananéia, jornalista paraibano de cultura, toma posse na vaga de Carlos Aranha, as 09h, na sala “Antônio Barreto Neto”, sede da entidade, na Unidade Tambaú da Fundação Casa de José Américo. Durante a recepção ao novo confrade, o presidente da APC, prof. João de Lima Gomes fará a leitura de um termo de posse e um texto alusivo à gestão de Wills Leal à frente da fundação da entidade.

Da parte do novo confrade, haverá a leitura de um texto resgatando o feito de Carlos Aranha como crítico de cinema, animador cultural e jornalista dos mais destacados na produção musical da Paraíba.