
Existem pessoas que se destacam no meio onde vive, em respeitabilidade e conduta séria. Esse foi o caso de Severino Alexandre dos Santos, um lutador, sempre. Pioneiro do cinema paraibano e agente inspirador de muitas gerações, que seguiram seu sonho através da Sétima Arte. Uma saga vivida por ele, em mais de 70 anos, na cidade de Santa Rita, onde viveu e teve descanso eterno.
“Severino do Cinema”, como era bem conhecido, já eternizado na história através da Cadeira 5 de nossa Academia Paraibana de Cinema, e que hoje tenho a honra de ocupar, vem de ser reverenciado pelos poderes públicos de Santa Rita, em razão da trajetória de vida que tão bem soube construir.
Esta semana, a Câmara Municipal de Santa Rita aprovou por unanimidade o Projeto de Lei número 024/2025, de autoria do vereador Dr. João Alves, que dispõe sobre a titulação da nova “Praça Severino Alexandre dos Santos”, que fica localizada no centro da cidade de Santa Rita.
A biografia de meu pai relacionada ao cinema, especialmente, é bastante singular. Seu contato inicial com a move-art foi quando ele buscou o seu primeiro emprego de “assistente de cabine de projeção”, na única sala de exibição em de Santa Rita – o Cine Independência. Pela primeira vez Severino teve contato real com os bastidores da Sétima Arte, ainda na época do “cinema mudo”. Anos depois, já proprietário de três salas de projeção fílmica, e diante das minhas insistentes curiosidades sobre sua história, ele me cotara: – Filho, nós costumávamos sair de Santa Rita para apanhar os filmes na Rua Maciel Pinheiro, na Capital, onde ficavam as distribuidoras, às vezes de carona, outras vezes a pé. Fui do tempo em que a projeção de filmes era feita com um projetor de manivela e alguém tocando piano lá na frente da tela.
Meu pai lembrava também que, nessa época, a Rua Maciel Pinheiro era uma espécie de centro das atenções comerciais da cidade, onde ficava a Casa Rodriguez, pertencente à família do fotógrafo e cineasta paraibano Walfredo Rodriguez, situada ao lado da Associação Comercial do Estado. E próximo, na Rua São Pedro Gonçalves, número 30, ficava a Empresa Nordeste Filmes, também dos Rodriguez, que naquela época abastecia alguns cinemas do interior, e de lá meu pai costumava pegar os filmes para o cinema em que trabalhava em de Santa Rita. Esse foi um tempo de não mais Cidade de Parahyba, mas que passara a ser “João Pessoa”, em razão do assassinato do influente homem público e Presidente de Estado, João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque. Fato que acontecera na cidade de Recife, Pernambuco, havia mais de dez anos, durante a Revolução de 30. Atualmente, o reconhecimento do Poder Público às memórias de meu saudoso pai, homenageando-o com o nome da “Praça Severino Alexandre dos Santos”, no centro de Santa Rira, só nos enche de orgulho. E toda família ALEXANDRE agradece.
APC homologa inscrições à vaga de Vladimir
Academia Paraibana de Cinema (APC), em sua reunião de diretoria desta semana, homologou as quatro inscrições feitas para a vaga da Cadeira 02, que pertencia ao cineasta paraibano Vladimir Carvalho, falecido no final do ano passado, em Brasília.
A presidência da entidade informe que, a escolha do novo acadêmico e ocupante da cadeira vaga, se dará na próxima quinta-feira (17), mediante a aprovação pelo seu Conselho de Diretoria, que é formado pelo presidente da APC, prof. João de Lima Gomes, pelo vice-presidente Mirabeau Dias e demais conselheiros.