
Houve quem dissesse, não lembro bem quando, que ele é um verdadeiro guardião das coisas da cultura paraibana. Influente amigo nosso, havia mais de meio século, o historiador José Octávio de Arruda Mello, como de costume, novamente me surpreendeu, trazendo-me publicações suas e minhas, que fazem parte de suas memórias. Não raro, são entregues na portaria do Residencial São Marcos, em Tambaú, onde tenho meu segundo endereço.
Esta semana não foi diferente. Chegando ao apartamento, nosso porteiro Clodomiro foi logo me abordando com um pacote nas mãos, afirmando: “O professor Zé Octávio deixou para o senhor, dizendo ser importante”. Pelo que agradeci, já sabendo ser mais um de seus alfarrábios.
Consultando o calhamaço, então, vi ser mais uma de suas reflexões sobre o nosso movimento cinematográfico. Aliás, um dos atributos de abordagem do amigo historiador, pelo que tenho notado durante todos esses anos, tem sido relacionar o Cinema com a Literatura e suas instituições. E não é sem razão que ele próprio reconhece: “… a dinâmica da Sétima Arte toma como fulcro a Academia Paraibana de Cinema”. Assunto que ele publicou há algum tempo atrás em A União.
O recorte acima, que acabo de receber do amigo Zé Octávio, e que foi publicado na minha coluna dominical em janeiro de 2020, sob o título “Uma nova história da Paraíba resgatando valores do cinema”, traz ainda destaque sobre o filme “Parahyba”, que realizamos em 1985, quando da celebração do Quarto Centenário da Paraíba.
Falando ainda de cinema e Zé Octávio, no mesmo pacote que recebi veio também uma revista “Genius” (janeiro/dezembro de 2024), onde se destaca um de seus artigos: “Filmes e livros acerca de 1964”, onde o historiador faz um amplo relato sobre a trajetória da política na Paraíba. E aí entra o cinema, logo na abertura do seu artigo, quando afirma “… inspirados em livros geram produções (cinema) como Lamarca, O sequestro do embaixador americano, Batismo de sangue, além de O dia que durou 21 anos.” Como se tem notado, a Paraíba, suas raízes e suas histórias sempre estão nas preocupações e discussões do amigo Zé Octávio. Tudo, em nome de um grupo – “José Honório Rodrigues” – do qual sempre fiz parte. E isso tem sido levado ao cinema, ganhando ainda mais dinâmica e compreensão acadêmica.
APC: Inscrições continuam abertas
A Academia Paraibana de Cinema continua com suas inscrições abertas, até o dia 13 de junho, para cadeira vaga 37 do jornalista e cineasta paraibano Carlos Aranha. As inscrições devem ser feitas na Unidade-Tambaú da FCJA, no seguinte endereço: Academia Paraibana de Cinema, Avenida Nossa Senhora dos Navegantes, 122, Tambaú, próximo à Esquina 200.
Documentação exigida: Comprovante de que é paraibano nato, ou que mora na Paraíba há mais de cinco anos, além de currículo apresentando participação em ações audiovisuais e no cinema, tudo em envelope lacrado.