
Nesta mesma coluna dominical, anteriormente escrevi sobre a questão do processo narrativo prolongado dos seriados veiculados no streaming. Suas longas temporadas, capituladas a se perderem de vista. Alguns seriados com curta duração até satisfazem bem ao telespectador. Outros, contudo, tornam-se cansativos, enfadonhos, até confusos.
Pois bem. Foi comentando o seriado que assisti na Netflix, “O Chalé” (Le Chalet), minissérie francesa em seis capítulos, de autoria de Alexis Lecaye e Camille Bordes-Resnais, que pude verificar as cenas por demais repetidas, devido a inclusão recorrente de flashbacks. Verifica-se que esse recurso não é coisa de hoje, não. Trata-se de uma forma “auto-narrativa”, que vem da moderna telenovela, muito mais antiga no folhetim que nos seriados atuais. Recurso usado que faz de uma sequência narrativa, de capítulos anteriores, um interregno explicativo no presente da mesma história. Contudo, o excesso disso torna o enredo confuso.
Recentemente, tentei ver na Netflix um outro seriado de título “Fatma”. Uma realização da Turquia, em seis capítulos, e que traz uma narrativa interessante sobre uma mulher perturbada com a morte do pequeno filho, além de decepções que a tornaria uma assassina. Justamente daqueles que tentam submete-la, em razão de seu marido desaparecido, um ex-presidiário envolvido em crimes e quadrilhas urbanas.
Mas, o drama tem outra vertente interessante, bem atual, quando diz respeito à liberdade feminina. No seriado, é justamente no contraponto à opressão da mulher Fatma em seu país, a Turquia. Em razão disso, somado ainda ao seu estado de saúde mental, desenvolve a habilidade de assassinar homens que se postam em seu caminho, na procura obstinada do marido desaparecido. Assim, acaba cometendo vários crimes sem deixar vestígios.
“Fatma” é um policial produzido para a televisão, e foi dirigido por Özer Feyzioğlu e Özgür Önürme, com destacada atuação da atriz Burcu Biricik. Série em única temporada de 6 episódios, que teve sua estreia na Netflix. Apesar de ser bem dirigida, a série tem uma narrativa arrastada, pouco convincente para o número de capítulos. Afora os flashbacks, sobre os quais já me referi antes, trazendo recônditos lances do passado da personagem com o seu amado filho, tragicamente falecido num atropelamento. A trama insiste na ratificação do então estado mental da personagem, vez por outra, perdendo-se em divagações menores sobre terceiros. Mas, é uma boa opção, diante das muitas pirotecnias que hoje dispõe a Netflix.
APC homologa eleição para a Cadeira 02
Durante a reunião de diretoria e conselho, na quarta-feira passada, sob a presidência do prof. João de Lima Gomes, a Academia Paraibana na de Cinema homologou o resultado da eleição do prof. Laércio Ferreira para a Cadeira 02, que pertencia ao cineasta Vladimir Carvalho.
Na oportunidade, foram abertas as inscrições por 30 dias, encerrando em 13 de junho, para a vaga de Carlos Aranha, com indicação até dia 2 de julho deste ano. As propostas devem ser encaminhadas para o seguinte endereço: Av. Nossa Senhora dos Navegantes, Fundação Casa de José Américo, Unidade de Tambaú.