Nunca deveríamos ignorar o que se entende por “mútuas contribuições”, como possibilidades formais numa inovação mais efetiva entre o cinema, o vídeo e a televisão, especialmente no uso das atuais tecnologias de produção, de registros e de composição dessas imagens. A computação gráfica e demais artifícios do passado, hoje, dão respaldo à Inteligência Artificial (IA).
Contemporizando essa questão, já que nos referimos a ela numa outra ocasião (em tese de mestrado para a UnB), e trazendo-a a um viés mais atual de complexidade, afirmo que as relações entre as formas audiovisuais estão mais difíceis. Sobretudo, em termos espaciais e de mercado, ficaram as tais “contribuições” apenas no plano tecnológico. O cinema ganhou qualidade nas suas imagens, mais definição imagética, coisa que não mostrava no passado.
No primeiro momento, se analisada esta questão do cinema versus televisão, pura e simplesmente, não só por esse prisma da confrontação, certamente teríamos que enveredar pelas trilhas do eufemismo. Contudo, não vimos encontrando sobre essa tão preconizada “interação”, questionamentos mais objetivos, do tipo: se a tv não tivesse absorvido tão rapidamente as formas visuais do cinema, então como seria realmente essa televisão? Isto é, de que maneira esse veículo (televisão) haveria de construir seus “símbolos visuais”, a sua própria identidade linguística?
Levando-se em consideração esse raciocínio, seriam igualmente avaliadas as possibilidades referenciais, ou de pontos sincrônicos que possam existir entre os discursos construídos, cinematográfico e televisivo, entendendo-se, a priori, a natureza singular de contemporaneidade entre a arte-do-filme e a interatividade televisiva. Aceitaríamos ainda a hipóteses de que, se a tal interação entre cinema e televisão seria de fato bom ou mau negócio para ambos os média, indagando-se ainda se a mídia eletrônica teria um perfil narrativo próprio, ou, originariamente, uma maneira de informar, além do modelo já amplamente estandardizado pelo cinema? E mais: se excluirmos do seu discurso todos os elementos considerados “gramaticais”, de conteúdos formais e cinematográficos, como planos, ângulos, movimentos de câmera, além de significação própria da imagem, o que restaria, então, à “telinha” como proposta de linguagem sobretudo visual? É possível haver algum tipo de “antropofagia cultural”, na hipótese de que a televisão se apropriou – substancial e formalmente – dos ícones e moldes estéticos e linguísticos do cinema? Esse é um tema, sobretudo pelas evidências de mercado, a se pensar bem…
APC reúne diretoria e programa final de ano
Reunida na quinta-feira passada, pela manhã, a diretoria da Academia Paraibana de Cinema discutiu e aprovou a programação de final de ano, para celebrar o Dia Mundial do Cinema. O encontro aconteceu na nova sede, em Tambaú, foi coordenado pelo presidente da entidade, professor João de Lima Gomes, com a participação de integrantes da instituição.
Para 28 de dezembro próximo, Dia Mundial do Cinema, a agenda prevê homenagens aos acadêmicos recentemente falecidos, bem como, lançamento de livro sobre o cinema paraibano. Nesse dia, também serão lançados editais para preenchimento das novas vagas da APL.