Grande, sempre grande! Campina nasceu carirense. Sob uma cultura de estirpe serrana. Mas logo cedo adveio à nobreza como rainha, justamento ao ganhar o pomposo título de Via Nova da Rainha; posteriormente, considerada Rainha da Borborema.
Personagens atuantes da história fizeram-na brilhar durante todos esses anos, a partir de sua inicial condição cultural e econômica de simples colônia. Primitivamente, sob influências de imigrantes como o português Teodósio de Oliveira Lêdo, como tem sido até hoje. Figuras que impuseram normas de desenvolvimento e inovações, sobretudo no plano da cultura e das artes. E é justamente nesse fenômeno da formação cultural e das artes que entendo uma Campina Grande mais importante.
Por ocasião das emoções festivas de 160 anos da cidade serrana, lendo o suplemento especial de A União sobre o evento, notei a ausência de dois segmentos mais emblemáticos da cultura campinense. Setores que a fizeram ganhar o mundo: a formação acadêmica e o cinema. Ambos foram (e ainda têm sido) os grandes vetores pelo que se convencionou e entende “vocação tecnológica” da cidade, como principais polos do desenvolvimento científico paraibano e de exportação.
E aqui gostaria de tecer algumas considerações sobre isso, notadamente em respeito aos segmentos “formação acadêmica e cinema”, já na plena fase da Revolução Industrial. Também sobre dois nomes bem atuantes para que isso ocorresse, o campinense Lynaldo Cavalcante de Albuquerque, professor Catedrático da então Escola Politécnica de Campina Grande, depois reitor da Universidade Federal da Paraíba, e o cineasta Jureny Machado Bitencourt. Esse, que promoveu a verdadeira revolução na cinematografia local, mesmo não sendo natural do lugar. Bitencourt era piauiense, portanto, um imigrante que marcou história em Campina Grande, como já é público e notório. Junto com Bitencourt e o historiador Zé Octávio de Arruda Mello, desde os festivais de Areia, fui caminhante cinematográfico pelos confins paraibanos. Com relação ao prof. Lynaldo, afirmo tê-lo conhecido muito antes dele assumir o CNPq, em Brasília, se não me engano, lá pelos idos de 1979. Época em que já estava na Universidade Federal da Paraíba/João Pessoa, auferindo meus primeiros proventos como celetista, que eram pagos pela ATECEL de Campina Grande. Fazia assessoria de imprensa na UFPB pelo jornal A União. Depois, aprovado em concurso, passei a dar aula de Comunicação Social, na época de Luiz Couto na direção do CCHLA. Tempos depois, saí para fazer o mestrado na UnB. Foi aí que, durante minha pós-graduação fui assessorar Lynaldo na ABIPT – Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação, entidade que ficava na ASA Norte de Brasília, bem próximo onde eu residia. Mas, aí, é outra estória…
NOTA: APC recebe doações
A Academia Paraibana de Cinema acaba de receber algumas doações, em coleções de filmes e vídeos do acervo que pertencia ao conhecido professor universitário, que gostava também de cinema, Rogerio Almeida falecido em 2021. Os donativos foram feitos por sua viúva Yluska Regina de Almeida. Após sua triagem, todo material será disponibilizado aos confrades, já na nova sede da APC, em Tambaú. O presidente da APC, professor João de Lima Gomes agradece também as doações feitas pela senhora Vanda Caldas à APC.