Para quem normalmente escreve, épocas e fatos importantes, não só em razão de vida pessoal, sempre representam um motivo a mais no nosso labor diário de cronista. Notadamente, quando tais acontecimentos dizem respeito ao social, à cultura, cinema e ao coletivo de modo geral.
Esta semana, rebobinando alguns arquivos de cinema, surpreso deparo-me com dois eventos de mais de quarenta anos. E nesse mês de setembro lembrei da visita que nos fez o parceiro e notório cineasta Rogério Sganzerla, realizador de Tudo é Brasil, O Bandido da Luz Vermelha, Nem Tudo é Verdade, e tantos outros filmes e documentários importantes de sua carreira.
Por coincidência, na época da visita de Sganzerla (de saudosa memória, falecido em 2004), eu estava realizando o documentário Guaraobira – Vila de Independência, com a parceria do fotógrafo e professor José Nilton da Silva, que o acolheu em sua casa na praia do Seixas. E como sempre risonho e de poucas palavras Rogério indagou-me: “E você, Alex, o que estás fazendo agora?”. Referia-se ele ao recente trabalho que eu realizara com o meu orientador de tese, na UnB, professor e cineasta Pedro Jorge de Castro, com a parceria de Zé Nilton, “O Romanço do Dinossauro” (1981), curta-metragem gravado nos sertões do nosso Estado.
Pois bem, no momento em que Rogério Sganzerla esteve em João Pessoa, bastante interessado, ele nos acompanhou durante alguns dias nas gravações que realizava. Isso, quando de sua estadia na casa do amigo José Nilton, lá no Seixas. Ocasião em que recebi dele, inclusive, algumas dicas de produção. Nós estávamos realizando, nessa época, um curta sobre a história de Guarabira, intitulado “Guaraobira – Vila de Independência”, cujas cenas foram gravadas em U-Matic na região dos manguezais próximos da enseada de Tabatinga. Tema extraído das páginas de “História da Paraíba”, do paraibano Horácio de Almeida, livros editados pela Gráfica UFPB. Como também, tema buscado em outro historiador e amigo José Octávio de Arruda Melo, a quem tenho sempre recorrido, quando se trata dos subsídios de época, e historicamente a coisa pesa em termos de “Parahyba”.
E foi do amigo Sganzerla o alerta, que me ficou gravado por muito tempo, referindo-se ao que se “escreve historicamente”. E deu um exemplo de sua decepção, ao realizar Nem Tudo é Verdade sobre o cineasta americano Orson Welles, quando veio ao Nordeste para filmar a saga do jangadeiro do Ceará na sua travessia até as praias cariocas. Disse-me Sganzerla: “Alex, nem tudo é verdade!”. Expressão que seria usada em um de seus últimos filmes, que citei mais acima.
APC é convidada e estará no Festival Varilux
Integrantes de diretoria da Academia Paraibana de Cinema receberam esta semana, convite da direção da Aliança Francesa, em João Pessoa, e da organização do Festival Varilux de Cinema, para a abertura do evento, que ocorrerá amanhã (dia 07), na sala 4 do Centerplex, Cinema Mag Shopping. A APC se congratula com os realizadores de mais uma edição do especial evento, que já figura no calendário das telas de cinema desta Capital.
Na próxima quinta-feira, às dez horas da manhã, a APC reunirá seus integrantes na nova sede, em Tambaú, para primeira reunião ordinária do mês. Será tratado o calendário de eventos do mês de outubro, com ênfase nos acordos da APC junto à União Brasileira dos Escritores-seção Paraíba.