Quem, como eu, se encantou com “Meia-Noite em Paris” (Midnight in Paris) de Woody Allen, produção de 2011, Oscar de Melhor Roteiro Original e de Melhor Roteiro no Globo de Ouro, entre outros prêmios, vai também se seduzir com uma Cidade-Luz atual, em “Golpe de Sorte em Paris” do mesmo diretor.
Se, em Midnight in Paris, um jovem escritor americano de hoje, em viagem com sua noiva à cidade parisiense de seus sonhos, navega no tempo durante noites seguidas, buscando a “época dourada” de uma Paris dos anos 20 – estranhamente, para encontrar seus grandes ídolos, Pablo Picasso e Salvador Dali, até se tornar o amigo de Ernest Hemingway – no novo filme de Allen, a realidade não seria menos romântica, mas com um toque bem atual.
“Golpe de Sorte em Paris”, 50º filme de Woody Allen, escrito e dirigido por ele, é uma produção de 2023 que deve entrar nas telonas já no início deste mês. E sua história não é menos romanticamente convencional que outras do diretor, que tem uma larga experiência nesse assunto. E segundo sua sinopse, o filme narra a feliz convivência de um casal parisiense bem sucedido profissionalmente, que mora em bairro nobre de Paris. Fanny (Lou de Laâge) e Jean (Melvil Poupaud) têm uma vida em comum sossegada e invejável. O aparecimento surpresa de um amigo dos tempos de colégio de Fanny, o jovem Jean (Melvil Poupaud), sua antiga paixão, faz as coisas mudarem de rumo para o feliz casal. Como se nota, uma história bastante convencional, que bem releva a categoria do filme de Allen, em ser una comédia dramática com um toque de suspense.
Mas o que diferencia bem a obra de Woody Allen, se assim podemos definir, é o “lúdico visual”. Quiçá, em razão de sua quimera muito pessoal, que sempre teve de Paris, “a cidade dos sonhos”, como ele mesmo afirmou, mesmo sendo judeu e ter nascido em Nova Iorque, mas de família do Brooklin, nos Estados Unidos.
Curiosamente, em ambos os filmes – “Meia-Noite em Paris” e “Golpe de Sorte em Paris” – vamos encontrar pontos de convergências técnicas e narrativas, como os recursos de captação das imagens durante as andanças dos personagens pelas avenidas, vielas, calçadões e bares parisienses. Tudo isso sob um apuro fotográfico e de cor alaranjada bem particular, que somente o diretor consegue criar. E pelo seu trailer, guardo algumas expectativas boas sobre a nova obra desse incansável octogenário de larga filmografia. Como lembrete, Woody Allen teve seu primeiro filme premiado em 1977, com Annie Hall, que entre nós teve título de “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”, quando recebeu quatro Oscars: de Melhor filme, Roteiro e Direção, além de um de Melhor atriz para Diane Keaton. Aguardemos, pois, a estreia desse (mais um) “golpe de sorte” do premiado cineasta americano, mas que se diz “de coração parisiense”.
APC apoia mais uma produção paraibana
A atriz Zezita Matos, de destaque no teatro, cinema e televisão, não só na Paraíba, mas na mídia nacional, que atuou recentemente no curta-metragem ficção Anna Margot, de Alex Santos e Manoel Jaime, produzido pela Empresa AS Produções Cinema e Vídeo, está agora atuando em mais uma produção paraibana, ainda sem título definido.
Zezita Matos figura como assunto de um documentário dirigido pelo professor João de Lima Gomes, com fotografia de João Carlos, e na produção Vânia Perazzo, através de sua produtora a Minerva filmes. O audiovisual tem o apoio da Academia Paraibana de Cinema (APC),