Na noite de hoje, a partir das 20h, no Teatro Dolby, em Los Angeles, nos Estados Unidos, acontecerá a 96ª cerimônia de entrega do Oscars 2024. Todos os anos é a mesma coisa. A cobiçada estatueta doirada americana volta a ser o sonho de produtores, diretores e instituições culturais responsáveis pela indicação de um filme brasileiro ao famigerado prêmio. E muitas são as altercações nos bastidores do mundo cinematográfico, repercutindo até nas atenções da mídia, criando forte expectativa para um cinema “tupiniquim”, que, de havia muito, jamais desembarca seguro no porto de Hollywood.
Concebida em 1927, segundo dados já registrados na história do cinema, a festa do Oscar aconteceu pela primeira vez numa glamourosa cerimônia dois anos depois da data de sua criação, na cidade de Los Angeles, nos EUA.
As estatísticas têm mostrado também a linha decepcionante do nosso cinema, nas indicações anuais à festa do Oscar. Rebobinemos um pouco esse “filme”, para lembrar que, desde O Que é Isso, Companheiro?, uma produção de 1997, filme nacional dirigido por Bruno Barreto, além de Central do Brasil, dirigido por Walter Salles, em 1998, não recebemos indicações ao Oscar, pela Academy Awardsna, na categoria de Melhor Filme Internacional.
São quase 25 anos sem participar da lista dos indicados e quase um século sem trazer uma estatueta para o Brasil. Que me lembre, apenas Orfeu Negro, uma produção de França, Itália e Brasil, lá pelos idos de 1960, ganhou a “doiradinha” de Melhor Filme Estrangeiro. Como se nota, apenas uma fatia desse bolo nos foi dada…
Ano passado, o alarido todo foi sobre um documentário pernambucano, malgrado ter elegido o próprio cinema como tema, passou longe das seleções hollywdianas. Faltou cacife a Retratos Fantasmas, longa de Kleber Mendonça, indicado pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais, mas que jamais entrou na lista, sequer, dos pré-selecionados por Hollywood. Seleção anual, que é de praxe da Academy Awards.
Este ano, a Academia Brasileira de Cinema selecionou, como sendo os mais indicados ao Oscar, seis filmes: Estranho Caminho, Noites Alienígenas, Nosso Sonho, Pedágio, Retratos Fantasmas e Urubus. No final, a realização de Kleber Mendonça venceu os demais. Mesmo sendo um documentário a abrir janelas ao próprio cinema, naufragou nas águas turvas do forte capitalismo cinematográfico do Tio Sam. Será que só não basta, o fechamento das nossas muitas salas de projeção, aqui no Brasil?
APC: Acadêmico na Edição de Cultura de A União
Ocupante da Cadeira 23 da Academia Paraibana de Cinema (que tem como Patrono Luciano Wanderley, conhecido exibidor de nossa Capital), Renato Félix é um jornalista paraibano a assumir, a partir desta semana, as Edições do Caderno de Cultura do jornal A União.
Renato Félix, que tem toda uma trajetória ligada ao jornalismo cultural, sempre foi reconhecido pelo seu trabalho na Imprensa da Paraíba. Ele acaba de ganhar uma posição importante em nosso jornalismo impresso. A APC, representada por toda a diretoria, se congratula com o eminente confrade, fazendo valer os votos do seu mais pleno sucesso.