Revendo-se o dicionário de Aurélio, verbetes como massacre, fuzilamento, chacina, matança generalizada de crianças, idosos, de uma sociedade civil em pânico e indefesa, nos leva à pertinência do vocábulo: Holocausto. E comparar um verdadeiro genocídio como o que acontece na Faixa de Gaza, atualmente – também na Ucrânia –, a um holocausto, é o que menos importa. Agora, ter como sua a exclusividade do rótulo de uma situação assim, fica até cabotino para um primeiro ministro. Mesmo que tenha sido uma situação trágica contra o povo judeu, na segunda guerra.
Não obstante todo esse oportuno relato aqui relembrado, sobre fatos tão cruéis, ainda hoje tão reais, infelizmente, o que nos prende a atenção agora, cinematograficamente, é a próxima festa do Oscar. E, por alusão ao holocausto, um intrigante longa-metragem está sendo lançado, para mostrar até que ponto vai a intolerância do ser humano. Zona de Interesse, filme dirigido pelo cineasta britânico Jonathan Glazer, que também assina o roteiro sobre a obra homônima do escritor Martin Amis, foi indicado à estatueta dourada, em cinco categorias: Melhor filme, melhor diretor, melhor filme internacional, melhor som e melhor roteiro adaptado.
Bem ao lado de um dos símbolos do holocausto – o Campo de Concentração de Auschwitz, na Polônia –, a família de um oficial alemão convive, indiferente, com as atrocidades que são perpetradas dentro dos galpões bem próximos de onde residem, como se nada ali existisse. E segundo a história, Rudolf Höss, o chefe da família, foi um sádico oficial da SS e responsável por cometer muitas atrocidades em nome de Adolf Hitler, comandando o extermínio de centenas de judeus e outras minorias. Um período conhecido como a ascensão do nazismo e o desenrolar da Segunda Grande Guerra.
Não são poucos os filmes que tratam desse conflito nos anos de 1940. Aqui mesmo, recentemente, comentei sobre uma outra envolvente realização, que foi Nunca deixe de lembrar. Também baseado em fatos reais acontecidos durante e final da segunda guerra, na cidade de Dusseldorf. Mesmo com uma narrativa mais amena, é um filme que mostra o poderio alemão e a arrogância de seus militares, naquela época. O caso de Zona de Interesse é diferente. Aqui, a narrativa se desenvolve para mostrar, subjetivamente, o genocídio que vem acontecendo sob os paredões da “zona de interesse”, diante da frieza e ciência daquela família com crianças e amigos, que também habitam próximo à bela propriedade do general Rudolf Höss. Situação definida pelo próprio diretor Glazer, “sem focar nas expressões dos personagens, o filme retrata a frieza de pessoas que presenciaram, todos os dias, milhões de mortes de inocentes.”
APC: Convocação para reunião mensal
A diretoria da Academia Paraibana de Cinema está convocando o seu conselho e membros integrantes da entidade, para uma reunião na próxima quarta-feira (28), que deve acontecer nas dependências do Cine Mirabeau, no bairro do Bessa, nesta Capital.
O presidente da APC, professor João de Lima Gomes, apresentará para discussão e aprovação dos presentes, a seguinte pauta: Cursos de extensão iniciais pela Academia; Projeto de criação de cineclubismo; além de projeto de eventos financiados. O encontro deve discutir também, questões formais de registro da própria APC.