Tributo a um amigo crítico de cinema

Solenidade Inaugural Da Sala Berretinho Na Apc
Foto: Solenidade inaugural da Sala Berretinho, na APC.

Um bom texto aquele publicado domingo passado em A União, sobre o amigo “Barretinho”. Embora tenha ficado de fora, pelo que conheço e sempre o aplaudi, algumas “sequências cinematográficas” importantes, em seu curso de vida; não, apenas, no plano jornalístico e crítica de cinema, mas, em outros seguimentos ligados à Sétima Arte.

Sobre as tais omissões (“sequências”) no texto, referidas acima, deixaria à correção e crítica de meu, também parceiro de jornal, João Batista de Brito, das célebres “Imagens Amadas”; mais ainda, em sendo ocupante da cadeira de seu Patrono, na Academia Paraibana de Cinema, Antonio Barreto Neto.

Sobre uma questão posta no final da matéria, eu concordo plenamente, quando indaga: “será isso suficiente em termos de homenagem à memória do inesquecível Barretim?” – Trata-se de uma rua a ter seu nome, em um bairro da periferia da cidade de João Pessoa. Certamente que isso só não basta, pelo que ele foi e ainda representa, historicamente, para a cultura da Paraíba,

Pessoalmente, sou testemunha de sua vida também no cinema, por ter convivido com “Barretinho”, há meio século atrás, alguns instantes agitados da “produção independente”, com apoio do Cinema Educativo, do saudoso João Córdula. Na época em que realizou Uma Aventura Capitalista, Barreto já fazia parte da ACCP – Associação dos Críticos Cinematográfica da Paraíba, da qual passei a fazer parte também, quando ele era o presidente.

A crítica de cinema sempre foi a meta jornalística de Barreto Neto. E ele me afirmava sempre, naquele seu jeito folgazão, que o cinema era o tônico de sua vida, sempre que o visitava em sua residência, sob atenções de sua esposa Elza, em um sobradinho na Rua do Cordão Encarnado, centro da Capital.

Após o seu lamentável falecimento, no início deste século, oito anos após seria criada a nossa Academia Paraibana de Cinema. Seis anos depois, já na presidência de outro amigo-irmão, de saudosa memória, Moacir Barbosa de Sousa, sugeri homenagear Antonio Barreto Neto com o nome da sala das nossas plenárias, na APC, atualmente existente da Fundação Casa de José Américo, no Cabo Branco.

Na inauguração do Cine Banguê, no Espaço Cultural Zé Lins do Rego, em 1982, e coordenando aquele setor publiquei Cinema & Revisionismo. E não foi sem razão que, afinado às ideias do próprio Barretinho sobre o nosso cinema – questões que sempre discutíamos, tanto na API como na própria ACCP –, busquei o amigo, que escreveu a Apresentação de meu livro. Em um de seus trechos, ele afirma: “A luta pela reativação do cinema paraibano está presente nas páginas de Cinema & Revisionismo”. E conclui: “A idéia que Alex nos dá é a de que, desde que haja o necessário apoio dos poderes públicos, a soma e a continuidade desses esforços isolados poderão permitir a reativação e estabilizar o processo de produção cinematográfica na Paraíba. Vamos torcer por isso”. Saudades, parceiro!


 Reunida recentemente, a Diretoria da Academia Paraibana de Cinema deu início à elaboração de um programa para comemorar o Dia Mundial do Cinema, no dia 28 de dezembro. A celebração acontecerá nas dependências do Cine Mirabeau, no bairro do Bessa, nesta Capital, possivelmente à noite, em horário que a direção do cinema e a APC estão negociando.

Do programa constarão alguns informes, bem como a despedida da atual gestão Academia. A exibição do vídeo-ficção Anna Margot, com a atriz Zezita Matos, produzido pela AS Produções, homenageará a atriz paraibana e atual presidente da APC, pelos seus anos de trabalho no teatro, cinema e televisão.