Bastante atuante em seu tempo, o escritor espanhol José Maria Garcia Escudero fez de tudo que foi capaz: político, militar, jurista, sendo até escritor historiador de cinema. Escreveu sobre as memórias do cinema espanhol e publicou Vamos Falar de Cinema (1971). É dele a sentença sobre Sétima Arte: “O erro principal da fórmula é a necessidade do happe end”. Mas, seu livro Historia politica de la epoca de Franco (1987), obra polêmica sobre o ditador espanhol General Franco, é considerado uma de suas melhores publicações.
Coincidência ou não, naquele início de século o influente escritor José Maria Garcia Escudero deixava em definitivo o seu país de origem, a Espanha, enquanto estaria publicando o meu quarto livro de cinema, então editado por A União. O livro tinha por alicerce afirmações sérias do também historiador espanhol, sob cuja erudição fundamentei algumas opiniões técnicas/formais sobre a mídia audiovisual, quando elaborei minha tese em Dissertação de Mestrado para a Universidade de Brasília.
Cinema & Televisão: Uma relação antropofágica (2002), título de meu livro (edição esgotada), faz uma reflexão sobre a questão da imagem, naquilo que se refere às diversas formas de linguagens. Reafirma a incerteza de uma praticidade do cinema a ser exercida doravante, basicamente, em seus planos gramaticais e iniciais de produção. Hoje, alcançados sob novos parâmetros estéticos e modulares, jargões à sua própria composição narrativa. Isso, sob matrizes visuais/signos imagéticos, concisos eletronicamente, atuais e mais viáveis, economicamente.
Diante dessa realidade, formei uma consciência crítica de que, o cinema, por razões industriais e produtivas, já começava a transpor as barreiras da sua própria limitação tecnológica: o “celuloide”; o verdadeiro cinema sempre se fez “rodando a manivela”, com muita criatividade e artesanato. Mais ainda, com o advento da nova mídia televisiva, em atuando nossa “telinha” naquilo que entendemos sua finalidade maior – informação do cotidiano das pessoas e dos fatos por elas vividos. A função documental e “jornalística”, que já foi do cinema, desde sempre, já não teria hoje nenhuma razão de ser. Até mesmo, pelo uso muitas vezes nefasto e indiscriminado, do VT (vídeo-tape), pelos meios de produção. Prática atual denominada, confusamente, de “filmagem”.
Essa transformação, de certa forma vem em detrimento dos espaços da arte cinematográfica, da sua essencialidade, de uma construção narrativa, que lhe é, sempre foi e continua a ser, a Dramaturgia. – Essa, que costumo chamar de “discurso da representação de uma realidade, enquanto proposta de Arte”. As modernas estruturas audiovisuais de hoje, causadoras de influências estilísticas-narrativas virtualizantes, formam o “poder” diáfano da televisão e da imagem eletrônica sobre os padrões consuetudinários da Linguagem própria do cinema, transfigurando-a, sobremodo, e compelindo-a cada vez a feições incertas…
APC divulga nomes inscritos à nova Diretoria
Criada em outubro passado pela presidência da Academia Paraibana de Cinema, a Comissão Eleitoral formada pelos acadêmicos Zezita Matos, Alex Santos e Manoel Jaime Xavier, reuniu-se nesta semana para conhecer as propostas inscritas à próxima diretoria da APC, para o triênio 2024/2026.
Das chapas inscritas, apenas uma proposta conseguiu, regimentalmente, ser aceita. Nela, citando as indicações dos nomes: João de Lima Gomes para Presidente; Mirabeau Dias Vice-Presidente; Carlos Meira Trigueiro Diretor Administrativo; Fernando Trevas Tesoureiro; e Zezita Matos Secretária. Para o Conselho Fiscal: Manoel Jaime Xavier, Alex Santos e João Carlos Beltrão. As demais indicações inscritas foram rejeitadas, por falta de normas exigidas no Estatutos da APC.