“Degustando” cinema, literatura e memórias

Foto: Edição melhorada sobre o Cinema Paraibano.

Existem prazeres que vão além, muito além, do que se possa imaginar. Pois é, um deles é degustar um bom vin rouge. Mesmo que não seja de castas famosas, como Merlot, Cabernet Sauvignon, Syrah…, de origem Bordeaux ou de Rhône. Mais ainda, assistindo-se a um bom filme; ou até mesmo lendo um livro interessante, a nos trazer a história de amigos queridos e com os quais trabalhamos a Cultura Cinematográfica no seu melhor estilo. Momento esse, que possamos sentir o seu fascínio em toda a plenitude, verdadeiramente.

Mas, o que teria a ver esse deslumbre citado acima com o nosso cinema, literatura e memórias? Tudo, certamente!

Deixando o “deleite vinicultural” à parte (aqui, só como figura emocional e de mero costume degustativo), iniciemos pelo livro de dois parceiros da Academia Paraibana de Cinema, que acaba de ser relançado pela Internet, agora com os devidos ajustes na primeira publicação. O livro é “De Gadanho a Close – Memórias do Cinema Paraibano”, coletânea sobre o movimento superoitista na Paraíba, que traz o período por nós vivenciado, estoicamente, a partir da segunda metade de 1970, sobretudo na UFPB, ainda no reitorado do professor Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque. Momento em que também criamos o Núcleo de Documentação Cinematográfica – NUDOC.

Senti-me honrado e agradecido, pela alusão do nosso nome e trabalhos que realizei nesse período, dando uma contribuição do próprio bolso para as culturas cinematográfica e literária de então. Dentre outros feitos, que estão registrados no livro, às páginas 90 e seguintes, a posição que sempre defendi sobre o cinema paraibano, que é a de se “rebobinar” sua história e reacender, mais ainda, a “saga heroica” de nossos ancestrais. Como também, entendendo as mudanças do nosso primitivo cinema aos parâmetros técnicos da época e as inovações de linguagens e contextuais, numa nova retomada pelo Super-8.

E é também sobre esse tema que o livro dos organizadores João de Lima Gomes e Pedro Nunes Filho se reporta – quando o defendíamos em “Cinema & Revisionismo” (1982) –, ao nos afiançar: “… contemporaneamente ao início da nossa produção superoitista, percebendo-a como a retomada da produção no estado. Foi o primeiro a refletir sobre a produção superoitista, pontuando a realização dos primeiros filmes em Super-8.” Ainda com foco nas memórias do cinema paraibano, saudosamente, bem posto o registro feito ao cineasta Machado Bitencourt (Patrono do prof. Pedro Nunes, na APC), quando da publicação de A União, quarta-feira, em Caderno Especial, sobre o Aniversário de Campina Grande. Em destaque, foi lembrada a acuidade de nossos cineastas pioneiros Walfredo Rodriguez e Bitencourt, como também, a busca da “reinvenção” dos festivais do audiovisual de hoje, na região. Informe bem oportuno, no também Parabéns à Cidade Campina Grande.


APC: Inscrições continuam abertas

Continuam abertas as inscrições de Chapas que irão concorrer à eleição da nova Diretoria da APC, para o mandato no triênio 2024-2026. Deverão fazer parte da chapa inscrita, nomes dos postulantes aos novos encargos de presidente, vice-presidente, secretário, diretor financeiro e diretor administrativo. Devem ser também indicados, os nomes dos três adjuntos ao Conselho Fiscal.

O candidato deverá encaminhar sua proposta em envelope lacrado para a Presidência da APC, na Fundação Casa de José Américo, sede da academia, Av. Cabo Branco, 3336, CEP 58.045-270, João Pessoa-PB. As inscrições vão até o dia 31 deste mês, outubro. No momento, apenas uma chapa foi inscrita.