O cinema no mundo atual – mais nos Estados Unidos, menos na Europa e no Brasil –, tem mostrado que o drama existencial de seus personagens, sejam esses glamorosos (red carpet glam) de Hollywood, ou não, deu lugar à “cinesia eletrônica”. O clássico cine-drama de antes, realmente existencialista da conduta humana, parece agora “travestido” em seriado de tv; ou migrado às plataformas de streamings.
Pelo que se nota, no campo da criação audiovisual, tudo anda alterado. Mais ainda, por conta dessa história de “inteligência artificial”, considerada o grand début. E prá quem ainda não sabe, a IA (Inteligência Artificial) é uma área da Ciência da Computação que possibilita criar máquinas “inteligentes”, possíveis de executar tarefas que só o ser humano é capaz de pensar e fazer. E nos parece que o filme Barbie, hoje em cartaz, sutilmente, já consegue abrir esse aparente espaço inventivo como narrativa, sugerindo a virtualidade de uma boneca super inteligente. Inovação tecnológica, que vem permitindo a substituição de atores reais por “personagens eletrônicos”, que tem gerado muita insatisfação no meio artístico e recentes manifestações públicas de grevistas; por enquanto, nos EUA.
Sabido é que, grande parte da atual produção audiovisual vem adotando influências virtuais com a digitalização em frames. Recurso de edição que tem motivado a criação de “cênicas” visualmente alucinantes, avocando o que eu chamaria de “pirotecnias eletrônicas”. São modismos imagéticos, propiciando narrativas voláteis que, sequer, dão tempo (visual e auditivo) à “leitura” do espectador comum, por mais célere que seja a sua capacidade mental.
Esse tema do “modismo”, que faço questão de retomar, oportunamente, tem dois motivos: a recente estreia nacional, inclusive em nossa Capital, da produção dirigida por Greta Gerwig – Barbie; também, a publicação de artigo do parceiro de A União, Audaci Junior, pela qual o parabenizo. Especialmente, ao fazer uma analogia do “clarão cegante resultante de uma nuvem de cogumelo da bomba atômica”, como referência a uma outra produção em lançamento – Oppenheimer –, filme sobre a criação da bomba atômica nos EUA, que entra também em cartaz no mercado exibidor brasileiro.
Pois bem. Refiro-me primeiro à Barbie, que está assolando o mundo todo como “endemia cor de rosa” e que foi rotulado de “Barbienheimer”, numa alusão ao filme Oppenheimer, de Christopher Nolan, este também lançado no mercado exibidor ao mesmo tempo, mas com vistas ao streaming. Obras que já auferiram fama de blockbusters. Quer dizer, filmes “arrasantes” de bilheteria e fortes concorrentes a prêmios e mercados.
Na Indústria do Cinema, sobretudo a hollywoodiana, desde seu início muitos foram os algoritmos a demandar espaços para uma melhor aceitação público-publicitária às suas produções. – blockbusters terá sido um deles. Eram filmes que traziam mais vantagens sobre os demais, tanto em recursos financeiros de produção como em número de cópias distribuídas à exibição nos Estados Unidos da América, também em outros países. O certo é que, a expressão blockbuster é mais antiga do que se possa pensar. Já durante a Segunda Grande Guerra, lá pelos idos dos anos de 1940 e alguma coisa mais, a RKO produziu o filme Bombardeiro (“Bombardier”), logo considerado um grande blockbuster. Melhor dizendo, “como o maior de todos os shows de ação e emoção”. Hoje, mais um remake de alta moda, ainda mais cor-de-rosa.
APC se congratula com o prof. Zé Octávio
Integrantes da Academia Paraibana de Cinema (APC), com o aval de sua presidente Zezita Matos, se congratulam com o historiador e professor José Octávio de Arruda Mello, e agradece pelo convite ao lançamento de seu livro (já a 14ª edição) História da Paraíba – Lutas e Resistência, que aconteceu no Auditório da Justiça Federal, no Bairro dos Estados, em João Pessoa, na tarde da quinta-feira passada.
O professor Zé Octávio, como é normalmente conhecido na imprensa e nos meios universitários, integra a Academia Paraibana de Letras (APL), ocupando a cadeira 10, e é autor de várias obras sobre História da Paraíba.