O semiárido brasileiro será mais uma vez cenário de filme e telenovela da Rede Globo, em 2024. É o que vem se anunciando pela imprensa, sendo o foco das atenções, mais uma vez, a cidade de Cabaceiras, na Paraíba. Nada menos que duas produções serão realizadas nas regiões secas do cariri paraibano, sempre “garimpadas” por empresas de tv, produtoras de cinema e de audiovisual. E a própria Globo já investiu nesse cenário de caatinga, para reviver a saga cangaceira do final do Século XIX até meados de 1930.
Em verdade, essa não é a primeira vez que se realiza um filme e uma telenovela sobre o casal mais famoso do cangaço nordestino. Com base na iconografia do fotógrafo Benjamin Abrão, em 1937, um ano antes da morte de Maria Bonita ela foi retratada em filme (dirigido por Julien Mandel), que teria seu próprio nome – “Maria Bonita”. Designação essa adotada, inclusive, baseada na lenda de que, admirados com a beleza da cangaceira ficaram os soldados, quando a assassinaram. Isso acontecendo durante o Estado Novo, época em que Getúlio Vargas governou o Brasil.
Depois, já nos tempos de 1982, a Rede Globo realizou um dos seriados para tv de grande ibope em suas noitadas, que foi “Lampião e Maria Bonita”. Escrita pela dupla Doc Comparato e Aguinaldo Silva, a nova versão dirigida também por uma dupla, Luís Antônio Piá e Paulo Afonso Grisolli, trazia os nomes de dois conhecidos atores do cast da emissora – Nelson Xavier e Tânia Alves, que segundo a crítica, Tânia fez uma “Maria Bonita impecável…”
Vendo recentemente uma das entrevistas do veterano diretor da Globo, Jayme Monjardim, ele afirma está trabalhando no projeto de um filme a ser lançado no próximo ano, pelo Globoplay, trazendo o título de Maria Bonita, destinado à plataforma streaming. Canal onde se encontram seriados, filmes diversos, documentários, entre outros registros audiovisuais.
Um detalhe, justifica-se a preferência de Jayme Monjardim pela mulher Maria Bonita, para o seu próximo trabalho, quando ele mesmo afirma: “Gosto de priorizar o olhar das mulheres… Sinceramente, acho que o público sente a sensibilidade da alma feminina, que aflora muito mais facilmente”. Influência (ou não) dos novos amores do diretor, dizem os fofoqueiros de plantão. Fato que, alimentando especulações, o diretor de minisséries da Globo radicaliza: “É uma história incrível. Ela (Maria Bonita) foi a primeira mulher a parir em um ambiente de bando, a entrar na Umbanda na região, por exemplo. Toda a história será a partir dela e o Lampião é coprotagonista.”
Outro projeto que vem sendo anunciado, para ainda este ano, é Cangaço Novo. Seriado financiado pela O2 Filmes do Brasil e Amazon Prime, com seu lançamento previsto em agosto próximo, no Festival de Cinema de Gramado. E segundo o diretor Ary Muritiba, trata-se de uma visão moderna do cangaço. A atriz paraibana Marcélia Cartaxo tem participação garantida no seriado. Enquanto isso, Guerreiros do Sol é também a mais nova produção que a Globo está anunciando para o próximo ano. Mais uma vez o cariri paraibano, a “Roliúde Nordestina”, será o cenário da saga cangaceira de Lampião e Maria Bonita. O roteiro da minissérie é assinado pela dupla George Moura e Sergio Goldenberg, e direção será de Rogério Gomes. Eita! Haja “Marias”, na Globo…
APC vai à Santa Luzia com cinema e recital
A Academia Paraibana de Cinema foi representada por sua presidente, a atriz Zezita Matos, e pelo vice-presidente professor João de Lima, na cidade de Santa Luzia, interior do estado, com uma programação cultural especial.
O evento aconteceu no final da semana passada, fazendo parte de uma agenda de interiorização da APC, segundo o próprio João de Lima. Constaram da programação, além de entendimentos com outras instituições culturais locais, duas atividades: exibição de audiovisual e apresentação de recital.