Mês de tristes incidentes na Academia de Cinema

Foto: Presidente Moacir Barbosa inaugurando a Sala “Antonio Barreto Neto”.

Coincidência ou não, o fato é que a Academia Paraibana de Cinema (APC) perdeu dois presidentes no mês de maio. O primeiro, há três anos, Wills Leal, que foi fundador comigo e demais parceiros da hoje entidade representativa da cultura cinematográfica paraibana. Ele que escreveu livros sobre o nosso cinema, exerceu atividades jornalísticas e de turismo, sempre foi uma pessoa dinâmica no que promovia.

A segunda perda foi daquele que sempre admirei, conciso e de poucas palavras e muita ação. O verbalismo jamais foi a sua prática, embora aplicado e preciso no que sempre realizava. Respeitoso, em todas as suas situações. Mutuamente, era como se fossemos irmãos. Seu nome, Moacir Barbosa de Sousa, falecido no dia 10 de maio de 2022. Ocupava a Cadeira 7 da APC, cujo Patrono é Lourenço Fonseca (Capiba). Moacir foi presidente pelo mandato de três anos e fez uma administração invejável.

Nos conhecemos, como se diz, “nas ondas do rádio” de uma emissora recém-inaugurada no Ponto de Cem Reis, a Correio da Paraíba, nos anos de 1969. Como discotecário da emissora, ele foi ainda o programador musical e de cinema do nosso programa “Curta-Metragem”, apresentado diariamente ao meio dia, e “Cine Projeção” aos domingos, na então emissora de rádio.

Não durou muito para que a nossa amizade se estendesse ainda mais, não só em razão da empatia que sempre existiu entre nossas famílias, mas também pelo trabalho que sempre realizamos juntos, no jornalismo, cátedra universitária, na literatura e no cinema.

Professor universitário, escritor e doutor em Ciências da Comunicação, nos segmentos de Rádio e Televisão, pela Universidade de São Paulo, em 2000, com tese sobre “Evolução do rádio paraibano”.  Destacado pesquisador da história da mídia radiofônica, com ênfase nas tecnologias e na indústria fonográfica, também em história do cinema. Foi Coordenador de Cursos de Comunicação nas Universidades Federais do Acre, da Paraíba e do Rio Grande do Norte. Publicou e organizou as edições: “Do gramofone ao satélite – evolução do rádio paraibano” e “Dicionário de rádio e som”. Escreveu capítulos de livros publicados: “Rádios comunitárias: a luz no final do túnel?”, “Primeiras transmissões de rádio na Paraíba” e “O tamanho do fosso: a distância entre o mercado e a academia”. Redigiu, ainda, textos para jornais de notícias e revistas: “A história curiosa do rádio”.

Durante sua presidência na Academia Paraibana de Cinema, a gestão de Moacir Barbosa sempre foi admirada pelos seus pares. Organizou a entidade, sendo um dos idealizadores para a criação da Sala “Antônio Barreto Neto”, a qual inaugurou durante sua gestão no âmbito da APC. Na produção de cinema, participou como técnico sonoplasta e ator dos nossos documentários paraibanos O Coqueiro (1969) e Parahyba, realizado durante as celebrações do Quarto Centenário, em 1985, ambos premiados nacionalmente. E, recentemente, Antomarchi, Américo–Falcão Peregrino, e Poltrona Rasgada, supervisionando as trilhas sonoras dos três audiovisuais.


APC: Missa de um ano da morte de ex-presidente

Academia Paraibana de Cinema, através de sua presidência e diretorias, se irmana ao sentimento da família do professor Moacir Barbosa de Sousa, pela celebração da Missa de um ano do falecimento do insigne ex-presidente desta entidade, realizada quarta-feira passada na Igreja Nossa Senhora de Fátima, no bairro de Miramar.

Doutor em Comunicação, escritor e cineasta, Moacir Barbosa de Sousa, de saudosa memória, presidiu um dos mais ricos períodos da APC. Ocupante da Cadeira 07 da Academia, tendo como Patrono Lourenço Fonseca (Capiba), Moacir participou de vários filmes paraibanos. Um parceiro que será sempre lembrado.