Cinema sempre foi tradição no festival de Areia

Foto: O Grito do Ipiranga do pintor Pedro Américo, no filme de Carlos Coimbra Independência ou Morte.

O Festival de Arte de Areia, no interior da Paraíba, sempre teve tradição em cinema. Mesmo não esquecendo dos demais segmentos da cultura, como literatura, música, teatro e artes plásticas. Esta, que sempre homenageou um dos seus filhos mais ilustres: Pedro Américo, pela sua manifesta concepção pictórica sobre o Grito do Ipiranga. Fato que é notório e sabido por toda classe cultural paraibana.

Mesmo assim, há algumas publicações que ainda divergem da data real da Independência do Brasil e do seu processo político; também do Grito do Ipiranga, conforme está cenografado na invulgar pintura de Pedro Américo. E que “a independência esteve bem longe de ser como está representada pelo pintor areiense e no filme de Carlos Coimbra. Muito menos teria transcorrido majestosamente como vemos no quadro e no filme”. Afirmam alguns dos contestadores.

Controvérsias à parte, aqui o que importa mesmo é tratarmos da relação de influência que teve a obra de Américo no filme de Coimbra. Por sinal, uma produção riquíssima e um elenco grandioso, numa época em que cinema era tido como a bola da vez. Inclusive, sempre reproduzia a História Imperial e Republicana Brasileira. Exemplos como os dos filmes Inconfidência Mineira, Carlota Joaquina, e o mais emblemático de todos que é Independência ou Morte, de Carlos Coimbra, em que a pintura de Pedro Américo serviu como elemento cenográfico fundamental na armação cênica e no discurso do filme.

Mas o que quero registrar na coluna de hoje, não é sobre o que acabo de narrar acima. Esta semana detive-me na matéria publicada em A União, pelo parceiro Guilherme Cabral sobre a primeira edição do Festival Pedro Américo e sua programação, para celebrar os 180 anos de nascimento do consagrado pintor areiense. Até aí, tudo bem. Bem posta a ideia do festival destinado a exaltar o nome de um dos artistas mais importantes, não só para Areia, mas ao resto do mundo. 

Estranhamente, notei que o cinema não fez parte de sua programação, mesmo sendo sabedor do significado que foi a obra de Pedro Américo para o cinema. Mais ainda, quando se sabe que o cinema sempre foi manifestação de interesse público, inclusive na formação de crianças em idade escolar. Como nos parece também ter sido a proposta dos realizadores do festival, quando justificam: “Queremos evidenciar, para a nossa cidade, que Pedro Américo é mais conhecido no Brasil, não em Areia, onde as novas gerações precisam conhecer sua importância e legado, que é sua própria obra.” E que, “o festival é voltado sobretudo para alunos da rede escolar, na faixa etária dos sete aos 14 anos, ou seja, do terceiro ao nono ano do ensino regular.” De qualquer modo, bem posta a ideia do “evento”, embora estando fora o cinema, cuja participação as crianças teriam adorado, certamente.


APC e CCTA promovem debate no Cine Aruanda

Atividade conjunta promovida entre Academia Paraibana de Cinema e o Centro de Comunicação, Turismo e Artes da Universidade Federal da Paraíba, na sexta-feira passada, foi a exibição do documentário A bagaceira engenho e brejo, com duração de sete minutos, realizado pelo professor João de Lima e o fotógrafo Manoel Clemente.

A exibição do curta, também um real enfoque à natureza vegetal do brejo paraibano, foi realizada no auditório do próprio CCTA, ocasião em que foi feito um debate com estudantes do curso de Comunicação da UFPB e de bolsista do projeto “Cinema da Terra”.