Um gestor público à frente do seu tempo

Foto: Jornalista Alex Santos (E), professora Dalvanira Gadelha e o Reitor Lynaldo Cavalcanti.

Há controvérsias de que “Toda unanimidade é burra”. Essa que era uma máxima apregoada pelo polêmico escritor Nelson Rodrigues, que faleceu no finalzinho dos anos 1980. Um autor bastante festejado e que teve grande parte de suas obras transcritas ou adaptadas para teatro e cinema.

Pensando bem, e aqui contraditando o escritor pernambucano/carioca, levando em conta o registro “unanimidade” publicado na semana passada, em A União, sobre o professor Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque, em essência, faço minhas as opiniões, em tudo que descreveu a nossa parceira de jornal Iêda Lima, sobre a posição de Lynaldo no ranking da Gestão Pública brasileira.

Conheci o professor Lynaldo em 1977, quando do seu reitorado à frente da Universidade Federal da Paraíba. Á época, eu coeditava o Segundo Caderno do jornal O Norte, também assessorava a professora Carmen Izabel Carlos Silva na Pró-Reitoria Para Assuntos Comunitários da UFPB, que funcionava na Lagoa, no prédio em que hoje é do INSS. Fui então orientado a divulgar as atividades do Núcleo de Cultura Popular, na época coordenado pelo professor José Nilton da Silva, e funcionando no centro da cidade, em frente ao Cinema Municipal. Alí, fora instalada também a Galeria Pedro Américo, dirigida pelo também professor de artes da UFPB, Alfonso Diaz Bernal, amigo de saudosa memória.

Por ser a sede da PRAC, algumas importantes celebrações e exposições de artes, que me lembre agora, eram realizadas no amplo auditório do prédio da Lagoa (hoje INSS), sempre com a presença do professor Lynaldo. Inclusive, numa das muitas palestras hilárias que alí aconteceu, tendo a fala e a mise an scène do festejado escritor Ariano Suassuna.

Mas, o que chamava mais a atenção sobre o então reitor Lynaldo, não era uma postura formal como gestor maior da UFPB, mas a simplicidade com que sempre se apresentava nesses momentos. Inclusive, o presenciei autorizando despacho a um dos seus subordinados, em um simples guardanapo de papel. Quiçá, como ficou verificado ao longo dos tempos, a sua postura diferenciada, não menos imediata de dirigente público, célere e sem muita burocracia. Foi quando fui designado formalmente, juntamente com Pedro Santos, Manoel Clemente e João Maurício de Lima Neves a fundarmos o NUDOC – Núcleo de Documentação Cinematográfica, em fins do mandato de Lynaldo, em 1979.

O tempo passou célere, os anos deixaram-me para trás outras pertenças, enquanto o próprio Lynaldo Cavalcanti assumia o CNPq, em Brasília. Antes, porém, foi presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB). Em seguida, criara a Secretaria Executiva da Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Industrial (ABIPTI), funcionando na Quadra 209 da Asa Norte, na Capital Federal.

Nosso segundo encontro de trabalho se deu justamente na ABIPTI, em 1992, quando passei a residir em Brasília, para realizar a minha pós-graduação em Comunicação e Cultura Contemporânea, pela Universidade de Brasília. Estudava na UnB pela manhã, trabalhava em Lynaldo à tarde, quando criamos o Informe ABIPTI, com assessoria do parceiro Ivan Rocha, que publicou junto com Lynaldo o livro “Ciência, Tecnologia e Regionalização” (2010). A rigor, sempre tive do professor Lynaldo – igualmente do meu saudoso pai Alexandre – exemplos de objetividade, pouca conversa e mais atuação. Foram bons ensinamentos, hoje boas lembranças que tenho deles…

APC representada no Comunicurtas UEPB

A Academia Paraibana de Cinema registrou presença, na segunda-feira passada, durante a realização do Festival Comunicurtas, em Campina Grande, uma promoção da Universidade Estadual da Paraíba, durante a exibição do curta O Alecrim e o sonho, de Valério Fonseca.

Representando a Academia de Cinema, a presidente e atriz Zezita Matos participou do evento, como também o ator Fernando Teixeira, Cadeira 15 da APC, ambos atuantes em O Alecrim e o sonho, que faz uma homenagem ao mestre das artes “Baixinho do Pandeiro”.