Cultura, cinema e atentado em Itabaiana

Foto: Dr. Reginaldo (centro), com sua mãe, recebendo homenagens em Itabaiana.

Em dezembro do ano passado, uma semana antes do Natal, informado pelo amigo Zé Octávio de Arruda Mello, através desta mesma coluna noticiei o esperado lançamento de seu livro, que escreveu em parceria com Damião Ramos Cavalcanti, sócio meu da Academia Paraibana de Cinema. Lançamento esse que não aconteceu.

Naquele dezembro de 2022, lembrados seriam os 40 anos do rumoroso atentado sofrido pelo juiz da cidade de Itabaiana, à época, Reginaldo Antonio de Oliveira, primo meu e igualmente natural da cidade de Santa Rita. E se vivo fosse – ele faleceu em outubro de 2019, de causa natural – Reginaldo teria exaltado o lançamento de Itabaiana: Cultura, Política e Lutas Sociais, que traz um curto, porém, detalhado relato do período de dois anos do magistrado no comando do Judiciário daquela cidade.

Ao assumir a Comarca de Itabaiana, em março de 1981, até o seguinte ano, quando foi vítima de atentado na porta de sua própria residência, o novo juiz teve que conviver com um período bastante difícil na cidade. Era época de eleições em Itabaiana e de muita ebulição política, o que vem a ser narrado às páginas 70/76, no livro de Zé Octávio e Damião Ramos.

Pois bem. Como destaquei no artigo anterior, não só por ter sido citado no livro como um dos entrevistados sobre os acontecidos de Itabaiana, e por ter noticiado na imprensa escrita, naquela época, o triste episódio com o juiz Reginaldo, o amigo Zé Octávio fez questão que eu estivesse no lançamento de seu livro, por razões que dizia justas. Uma delas, por “integrar o nosso grupo” (José Honório Rodrigues).

Mas, foi lendo mesmo a obra Itabaiana… que senti outras afinidades com os relatos dos parceiros Octavio & Damião. É que o livro trata, brièvement, de dois temas que me dizem respeito – o cinema e o teatro. No primeiro caso, as figuras não muito próximas dos irmãos Carvalho, ambos da APC, e a seguir, do hilário cordelista Jessier Quirino e suas mises em scène, cujo filho foi meu aluno de cinema e fotografia nas Faculdades Asper, em tempos atrás.

O primo Reginaldo, que meu pai Alexandre sempre o considerava como “filho”, foi o meu melhor parceiro nas coisas da cultura. Durante o Golpe de 64, ainda muito jovens, sofremos juntos as perseguições policiais em Santa Rita, pelas atividades que desenvolvíamos com cineclubes e no jornalzinho do Gresc – Grêmio de Estudos Socioculturais. Atividades essas, só possíveis de realizarmos às escondidas; mesmo aquelas, aos domingos, com o primo Reginaldo, debatendo sobre alguns filmes exibidos no cinema de meu pai. Recentemente, com a retomada de lançamento de Itabaiana: Cultura, Política e Lutas Sociais, convite que houve de chegar a mim com certo atraso, limito-me, apenas, ao registro do evento.


APC e Cazema promovem atividades

Academia Paraibana de Cinema, conforme já anunciado, prestou tributo à atriz Gina Lollobrigida, falecida recentemente, exibindo um de seus mais importantes filmes, O Corcunda de Notre Dame. A exibição foi na quinta-feira passada, no Cine Aruanda, na UFPB, às 17 horas. A sessão fez parte de um programa da APC, que deverá acontecer sempre às quintas-feiras. Após a exibição, houve debate entre os presentes, com presença da diretoria da APC, professores João de Lima e Zezita Matos, e do crítico João Batista de Brito.

Como parte da programação dessa semana, o Centro Acadêmico Zezita Matos (Cazema) promoveu ainda um tour com os novos alunos dos cursos do CCTA, que visitaram os diversos espaços e instalações do Centro de Ensino.