De gadanho em gadanho… de Closes em closes…

Foto: Livro a ser ainda impresso.

Novidade alguma jamais deve ter, aquilo que se entende por imperativo e fidedigno numa narrativa histórica, tendo como foco as pessoas e os fatos. Ainda mais, conhecendo-se o autor que a escreveu e utilizou de boa-fé, como resultado de suas pesquisas, sobre tais atores e seus protagonismos.

Não obstante isso, queira-se ou não, quase sempre nessas abordagens fogem eventos realmente acontecidos e que são singulares, contextualmente, mas que não foram narrados, representando lapso, sem dúvida, e incoerência à real veracidade histórica. Em razão de eventos assim, costumo afirmar que, a história jamais se fecha em si mesma; haverá sempre um fato a mais (desde que seja confiável), em qualquer contexto, a ser inserido por outrem, gerando ainda mais conhecimentos.

Antes de tudo, gostaria de agradecer a citação de algumas de minhas obras, também pelo uso de meu acervo privado, em recente publicação dos parceiros de Academia de Cinema, João de Lima Gomes e Pedro Nunes, sobre o movimento superoitista na Paraíba. E dizer que me honrou bastante o fato de ter sido um dos integrantes da “segunda vertente”, pelas obras que então publiquei, inclusive a minha tese de Mestrado na Universidade de Brasília, como importante narrativa, além de “Walfredo Rodriguez e a Cultura Paraibana” e demais textos sobre cinema.

Revendo minhas referências históricas, os autores da obra “Gadanho/Closes” afirmam: “Na segunda vertente estão as obras que versam sobre determinadas temáticas − caso das produções de monografias, dissertações e teses que abordam ciclos específicos, como o ciclo de cinema documentário dos anos 1960 e a produção em Super8. No primeiro grupo elencado são destacadas as obras de Alex Santos (1982) e Wills Leal (2007)”. E registram também as minhas atuações como diretor e crítico de cinema em alguns jornais paraibanos.  

Os autores citam igualmente o meu primeiro livro publicado: “… ‘Cinema & Revisionismo’, de Alex Santos faz um real histórico do cinema paraibano. Santos escreve sua obra no ano de 1982, contemporaneamente ao início da produção superoitista, percebendo-a como a retomada da produção no estado. Foi o primeiro a refletir sobre a produção superoitista, pontuando a realização dos primeiros filmes em Super-8”.

Mas, das bem indicadas referências sobre o cinema paraibano, que os autores classificam de segunda fase (ou “vertente”), um fato singular aconteceu na época, sob o empenho dos que militavam no campo da sétima arte, como foi o meu caso. Desde o reitorado de Lynaldo Cavalcanti na UFPB, em 1977, exercendo a função de Assessor de Comunicação, na Coordenadoria de Extensão Cultural (COEX), fui indicado (Portaria R/GR n° 024/80) a fazer parte da comissão de criação/instalação do NUDOC – Núcleo de Documentação Cinematográfica. Junto comigo estiveram João Maurício de Lima Neves, que na época era Coordenador da PRAC, também o músico Pedro Santos e o fotógrafo Manoel Clemente, que anos depois foi diretor do Núcleo. Todos nós professores da instituição e beneficiados pela Resolução 200 (“Notório Saber”) do CONSEPE/UFPB.  A criação do NUDOC, cuja tese vinha sendo discutida desde 1979, até durante uma Jornada de Cinema, em João Pessoa, somente se concretizou no ano seguinte, colocando a UFPB nos anseios de seu criador, José Américo de Almeida, em 1955, quando cria também o Cinema Educativo da Paraíba. Aliás, a obra “Gadanho & Closes” se posiciona muito bem ao afirmar textualmente: “A UFPB, amparada a essa forte tradição de cinema de base documental, incorporou ao seu quadro institucional integrantes da segunda geração de cinema.” Fase essa, aliás, da qual participei ativamente…


APC: CONVOCAÇÃO – 01/23

A presidência da Academia Paraibana de Cinema está convocando toda sua diretoria e associados, para uma reunião na próxima quinta-feira (19), às 9 horas da manhã, na Sala do Cine Mirabeau, no Bessa, em João Pessoa. O encontro poderá ser presencial ou virtual através da plataforma Google Meet. Durante o encontro será apresentada uma pauta de sugestões, também serão discutidas ações previstas para este ano.

ZEZITA MATOS Presidente da APC – João Pessoa, 13/01/2023