“Afluências”: A mulher indígena em sua retomada

Foto: Iasmin Soares videomaker e autora de ‘Afluências’.

Do ponto de vista da mulher atual, assumidamente moderna, ciente dos seus direitos como cidadã, faz o maior sentido a sua busca pela igualdade social. Seja ela de que raça, credo, cor ou qualquer outra feição humana. Fato é que, distante do “colonialismo”, para a mulher hoje os tempos são outros…

Bisneta de um dos pioneiros do cinema paraibano – Severino Alexandre Santos –, agora sob influência de familiares bem próximos dela, que vivem as “coisas de cinema”, Iasmin Soares vem se revelando, igualmente, uma jovem muito ligada à Sétima Arte. Formada em jornalismo pela UFPB, e já com passagens pela televisão local, tem buscado através da movie-art aquilo que podemos chamar de “libertação feminista”. Ou melhor, uma equidade entre homem e mulher no mundo atual.

A causa de Iasmin tem sido, invariavelmente, pela notável “afluência” da mulher negra ou indígena. Tanto que, como ela própria se cognomina ser, em verdade, uma jovem de etnia semelhante à da mulher a cuja causa defende; e com tarefas já realizadas “falando de assuntos tão necessários”, tanto no jornalismo como através do seu audiovisual. Mesmo sendo muito jovem, suas pretensões no campo da cultura e das artes são admiráveis, fazendo com que venha se saído com trabalhos bem representativos.

Em outubro passado, após participar de um laboratório de projetos audiovisuais do FeCCI (Festival de Cinema e Cultura Indígena), em Brasília, Iasmin concluiu o seu curta-metragem Afluências. Documentário autoral escritor e dirigido por ela, abordando depoimentos de mulheres indígenas e suas afetividades, com foco no que se refere à “colonialidade do poder”. Nessa fase inicial do FeCCI, de todo o Brasil, apenas três curtas-metragens foram escolhidos, um deles foi o projeto de Iasmin, pela poesia que mostra, incluindo as “afluências” marinhas. Um belo exercício visual, que vi, gostei e recomendo.

Na sua primeira edição, iniciada dia 2 deste mês e concluída no domingo passado, o FeCCI optou pelas histórias de grupos e realizadores de origem indígena, no propósito de promover, fortalecer e difundir as culturas e os audiovisuais dos mais de trezentos povos indígenas do país. E Afluências foi exibido na mostra dos trabalhos selecionados, no Cine Brasília, tradicional cinema do Distrito Federal, também, pelo que fomos informados, aqui no Fest Aruanda, em João Pessoa. Mas, o entusiasmo de Iasmin Soares não pára por aí, não. Já no próximo ano, segundo foi informada esta coluna, a jovem videomaker já se prepara para uma nova produção paraibana a ser realizada por dois integrantes da Academia Paraibana de Cinema.


APC no Correio das Artes, de A União

Recentemente, a presidência da Academia Paraibana de Cinema reuniu sua diretoria para definir uma programação comemorativa ao Dia Mundial do Cinema, que se celebra na data de 28 deste mês. O encontro aconteceu no Cine Mirabeau, no bairro do Bessa, e um dos pontos sugeridos por esta coluna foi a publicação das realizações da APC, durante suas três gestões, no Correio das Artes, de A União. A sugestão foi acatada pelos presentes no encontro.

A seguir, fizemos contato com o Editor do Correio das Artes, o jornalista André Cananéa, que se mostrou sensível ao nosso pleito, em publicar a APC. Periódico que é uma das mais importantes publicações da cultura neste país, conforme entende a Diretoria da Academia Paraibana de Cinema.