Evento sequer expõe o selo da APC

Foto: Atriz paraibana é tema do curta ‘Zezita, Artes e Nuvens’.

Nas promoções da cultura e das artes, ao não se observar e considerar bem seus “retrovisores”, ficam espaços a serem preenchidos de indagações, essencialmente. Mais ainda, quando continuam à margem das discussões, na elaboração dos programas, o apoio de entidades consideradas formalmente representativas, como é o caso de Cinema.     

Tem sido frequente e notoriamente estranho, nesses últimos anos, uma não participação de direito e de fato da Academia Paraibana de Cinema (APC) no preparo da programação do Festival Aruanda do Audiovisual Brasileiro. Evento esse de inegável representatividade no cenário nacional, este ano já na sétima versão, aberto esta semana e com término na próxima quarta-feira.

Mais estranho, ainda, é o fato de seu flagrante desdém à existência de uma entidade que, institucional e culturalmente, queira-se ou não, deve ser representante, também, de qualquer atividade que articule respeito à Arte Cinematográfica; como deve ser a Academia Paraibana de Cinema.

Busca-se a cada ano, e não encontrado na página (site) do Fest Aruanda, visual-institucionalmente, uma citação formal sobre a APC; Sequer a marca, o selo da entidade. Fato observado, não só por esta coluna, naquilo que vem sendo creditado como “Parceiros: Fortalecendo o cenário do audiovisual…”; E olhe que são muitos os sinetes ali creditados pela organização do certame; até reconhece-se, necessários à realização do evento.

Indagado por esta coluna, verificada uma clara omissão da participação mais efetiva da APC na organização do Fest Aruanda, membros da APC são da seguinte opinião: “…quando vão parar de chamar a Academia apenas para as fotos…”, durante o “é… vento”?

Contudo, é bom registrar aqui a efêmera participação de integrantes da diretoria da APC no evento deste ano. A nota divulgada no site pelo jornalista Lúcio Vilar, ocupante da cadeira 24 da Academia Paraibana de Cinema, que é Fundador e Produtor Executivo do Fest Aruanda, registra que haverá uma “Entrega do Troféu Aruanda 8.0, de Dedicação e Amor ao Teatro e ao Cinema”, à atriz (e presidente da APC) Zezita Matos, também exibição do curta-metragem Zezita, Artes e Nuvens de João de Lima Gomes e Everaldo Vasconcelos (com o devido registro fotográfico, claro!), que acontecerá na Sala 9 do Cinépolis, no Manaíra Shopping, nessa terça-feira, às 14hs.

Retornando à questão da falta de participação formal da Academia Paraibana de Cinema nas instruções do Fest Aruanda, isso me lembra a afirmação feita por um dos integrantes da APC e Secretário de Estado, ao comentar sobre a importância da Cultura Quilombola no Talhado: “… a cultura brasileira seria amorfa sem a influência da cultura africana”. O que é uma verdade absoluta. Que persistam, pois, as tradições! E buscando plagiar a assertiva acima, do parceiro de academia, diria que, qualquer iniciativa paraibana sobre “nosso” Cinema, ou meramente Audiovisual, sem uma participação da APC, mesmo que simbolicamente, dentro e/ou fora do estado, seria considerada “amorfa”.


APC: Autores lançam “De Gadanho a Closes”

Professores João de Lima Gomes e Pedro Nunes, membros da Academia Paraibana de Cinema, ocupantes das cadeiras 14 e 28, respectivamente, estão lançando seu livro (digital) De Gadanho a Closes: memória, cinema Super-8, apagamentos e resistência cultural na Paraíba. Segundo Pedro Nunes, um dos organizadores da obra, ela “traz uma série de olhares interpretativos sobre o cinema Super-8, na fase final da Ditadura Militar…”

A presidência da APC e seus demais integrantes se congratulam com os autores, por mais essa retomada à história do cinema paraibano. O livro já está disponibilizado na Internet, bastando acessar o seguinte endereço: http://geminisufscar.com.br/grupo/2022/11/22/seminario-de-lancamento-do-livro-de-gadanho-a-closes-organizado-por-joao-de-lima-gomes-e-pedro-nunes/