Seriados: ‘Volte na próxima semana!’

Foto: Cena do seriado da Netflix ‘Notre-Dame Catedral em Chamas’.

Os seriados lançados atualmente no streaming, ao que tenho observado, talvez não se nivelem tanto àqueles que eram vistos nas salas de projeção de tempos idos; os tradicionais “cinemas de rua”. Apresentados em episódios, geralmente em doze partes, cada uma com 20 minutos de duração, em média, exibidos logo após os longas-metragens nos finais de semanas, eles deixavam a galera ansiosa, sempre à espera do episódio seguinte. E usavam a clássica chamada: “Volte na próxima semana!”. Quem, como eu, não se lembra?

Refiro-me àqueles bem sucedidos seriados, como A Adaga de Salomão (“Secret Service in Darkest Africa”), com o astro Rod Cameron; ou O Falcão do Deserto, com o caricato Gilbert Roland; ainda, O Homem de Aço, produções dos anos 1940, da Republic Pictures, mas que continuaram fazendo sucesso de telas nas décadas seguintes. Se bem que, hoje, os seriados tem uma nova fórmula de narração – a televisiva. A expectativa de quem a assiste já não é sobre um novo episódio a ser aguardado durante uma semana inteira; está no simples apertar do botão de controle da tv, que sempre tem à mão.

Mas, hoje, quero me referir aos seriados atuais. Invariavelmente, longos eles são. De quando em vez, encontramos no streaming um de seis episódios ou menos. A maioria deles longos, tornando-os cansativos. Pior ainda, com intrincadas narrativas não lineares e rebuscados focos o tempo todo.

Esta semana, motivados pelo tema e sua ambiência parisiense, eu e a Lili assistimos ao Notre-Dame Catedral em Chamas, direção de Hervé Hadmar, seriado em seis capítulos que a Netflix acabou de lançar. Uma experiência interessante, do ponto de vista “documental”, em razão do incêndio da igreja Notre-Dame, no centro de Paris. Contudo, com uma temática muito discutível do ponto vista narrativo, com um discurso mesclando ficção e realidade.

Em verdade, o que mais nos prendeu foi a curiosidade de como findaria aquela história toda, de múltiplos segmentos – ora documental, ora ficcional. O detalhe ficou na sua forma temática, buscando “existenciar” o holocausto da histórica basílica com o simultâneo e cotidiano sacrifício de algumas das famílias parisienses, que nada tinham a ver com o catastrófico incêndio. Até de figuras do próprio exército de bombeiros, que combatiam perigosamente o fogo, exaltando-os pelo seu natural heroísmo.

Não obstante, uma experiência bastante ousada, com uma narrativa que considero confusa, cheia de idas e vindas atemporais, houve de levarmos em conta o que antes afirmara o próprio diretor do seriado, Hervé Hadmar: “O incêndio de Notre-Dame, para mim, é um daqueles eventos que podem nos unir. Eles dizem algo sobre o nosso tempo…”. Em realidade, o diretor Hadmar usa de uma metáfora sobre a existência de algumas famílias que, direta e indiretamente, estiveram ligadas ao trágico episódio, naquele março de 2019, em Paris.


APC se reúne visando o Dia Mundial do Cinema

A Academia Paraibana de Cinema se reuniu na sexta-feira passada, para definir a programação do Dia Mundial do Cinema, que acontece no dia 28 de dezembro. A informação é do vice-presidente da entidade, o professor João de Lima Gomes, ocupante da Cadeira 14 da APC, cujo Patrone é o fotógrafo e cineasta João Córdula, do antigo Cinema Educativo da Paraíba.

Constaram ainda da pauta, alguns acertos relacionados à organização e aos estatutos da APC. O encontro se deu nas dependências do Cine Mirabeau, no bairro do Bessa.