
Já comentei inúmeras vezes as decepções que o cinema brasileiro tem sofrido, ao longo desses anos, sobre sua não indicação ao prêmio de Melhor Filme Internacional, o Oscar; o que já não tem mais graça.
Agora, nem mesmo o reconhecido “protagonismo efervescente” de uma atriz paraibana, como se viu, declinou essa marca. Acredito, por falta de uma política de influência de produção mais efetiva junto à Academia Brasileira de Cinema, órgãos de governo, também o Itamaraty. Providência que sempre fez falta ao cinema nacional, uma inoperância que, convenhamos, já não seria novidade algum…
Recentemente, entre os melhores filmes nacionais realizados, A Mãe, longa-metragem do gaúcho Cristiano Burlan, com a multipremiada atriz e integrante da Academia Paraibana de Cinema, Marcélia Cartaxo, entrou na lista de seleção ao Oscar 23, mas não foi selecionado. E falar da importância da atriz paraibana, agora, seria “chover no molhado”.
Mas, o que está em jogo mesmo é o fato da inexistência de uma política séria do cinema brasileiro, junto àquelas instituições que controlam as tais indicações ao prêmio mais cobiçado do cinema mundial – o Oscar. E isso vem acontecendo há anos; que lembre, há mais de meio século. E olhe que, desde Orfeu Negro (1959), do diretor francês Marcel Camus, uma produção ítalo-franco-brasileira a ganhar o Oscar em 1960, que não fazemos jus ao troféu de Melhor Filme Internacional.
E sem novidade alguma, a aptidão e o protagonismo apresentados por Marcélia Cartaxo nas obras em que atua. Contudo, tem-lhe faltado mais sorte na indicação ao Oscar, nos filmes em que trabalha. Em 2021 foi mesma coisa, quando Pacarrete fora selecionado, perdendo vaga para o documentário de Bárbara Paz, esposa de Hector Babenco, cineasta falecido quatro anos antes.
Deveras, esse é um “estigma” que tem perdurado, decepcionante para o cinema nacional como um todo. Aqui mesmo na coluna, tenho comentado, ano após ano, tomando como exemplos toda uma trajetória do nosso cinema na busca da cobiçada estatueta dourada.
Na recente entrevista ao parceiro Guilherme Cabral, em A União, a atriz Marcélia Cartaxo fala do seu personagem em A Mãe, filme que, segundo disse, deve entrar em cartaz já em novembro próximo. Ainda na entrevista, “Com 45 anos de carreira, (Marcélia) fala sobre seus novos projetos no audiovisual e as premiações que vem colecionando em festivais de cinema pelo país”. Entre os mais simbólicos, aqueles que conseguiu como atriz, em A Mãe, nos recentes festivais de Vitória (ES) e Gramado (RS). A atriz Marcélia Cartaxo, que ocupa a cadeira 33 da Academia Paraibana de Cinema (cuja patronesse é outra grande estrela do nosso teatro e cinema, Nautília Mendonça), tem marcado pontos não só no cinema paraibano, mas nas produções brasileiras em que tem trabalhado.
APC reúne diretoria ainda esta semana
Recém chegada da cidade Quixadá, no Ceará, onde esteve participando de mais uma de suas produções, a atriz e presidente da Academia Paraibana de Cinema, Zezita Matos, deverá se reunir com a diretoria da APC, ainda esta semana, para tratar de assuntos pendentes da instituição que dirige.
Segundo Zezita, alguns ajustes estão sendo efetivados nos estatutos da entidade, visando melhor adaptá-lo à realidade dos tempos atuais. Melhorias, ad referendum, com base nos artigos 70 e 90 do Regimento Interno da APC, que foram aprovadas, posteriormente, início deste ano pela maioria de seus integrantes, em Assembleia Geral.