O Cine Capitólio e a pré-estreia do filme “Parahyba”

Foto: Cine Capitólio de Campina Grande, de ontem e de hoje – uma metamorfose.

Excelente notícia essa da revitalização do cinema Capitólio de Campina Grande, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba. Ela me traz algumas boas lembranças do amigo cineasta Machado Bitencourt, de saudosa memória. Do seu “Beco do Cinematógrafo”, na cidade campinense, também de nossas sagas filmando em películas 16mm; com o tempo, gravando em suportes analógicos U-Matic, VHS e Betamax.

Os tempos eram de 1985. Ano das celebrações do Quarto Centenário da Paraíba. Nós, que já estávamos no Governo do Estado e fazíamos o Grupo José Honório Rodrigues, sob o comando do historiador José Octávio de Arruda Mello, ficamos responsáveis pela elaboração de um projeto cinematográfico, que fosse não apenas um “é… vento!”. Mas que celebrasse de fato os 400 anos da Paraíba. Um filme representativo e que pudesse ser exibido inclusive em algumas escolas e cidades do interior, dentro de um planejamento cultural.

Sob essa ótica, a Comissão do Quarto Centenário optou então por uma programação não simplesmente de eventos, como apresentações musicais, teatrais, exposições de artes, mas por dois segmentos que iriam ficar como registro sensível na memória do Quarto Centenário – a Literatura e o Cinema.

No primeiro caso, a publicação de livros foi a que mais prevaleceu, tendo melhor performance na programação, dada a afinidade do coordenador geral da comissão e historiador Zé Octávio. No caso do cinema, enfim, fomos buscar a História da Paraíba, retratando-a em documentário de 35mm, em cores, ilustrando ainda mais as celebrações quatrocentonas. Resgatamos nuanças da conquista, inclusive dos embates entre os nativos e colonizadores. E foi justamente com o documentário Parahyba (1985), nacionalmente premiado em três festivais de cinema fora do Estado, que entra o caso do Cine Capitólio.

Antes mesmo de buscarmos o Festival de Brasília, em dezembro daquele ano, fizemos uma noite de pré-estreia do Parahyba no tradicional Capitólio de Campina Grande. Foi um acontecimento diferenciado, dada a influência do próprio Bitencourt no meio acadêmico, também, de sua amizade com figuras dos mundos cultural e político campinenses presentes à sessão do filme, que no final foi amplamente aplaudido.

Uma das personalidades locais que fez questão de nos parabenizar foi o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, secção da Paraíba, Antonio Vital do Rego, que acabara de assumir a entidade naquele ano. E com quem, no ano seguinte mantive contatos, na OAB, ao buscar o registro advocatício da esposa Lili, posteriormente, da minha própria carteira de advogado. Assim, por toda a história que sempre representou o cinema Capitólio de Campina Grande, também, a de campinenses que o fizeram, a revitalização ao uso do prédio (ainda não ficou claro se será para cinema, propriamente), com o aval do IPHAEP, é algo a ser realmente celebrado por todos.


APC reúne-se virtual e presencialmente

Academia Paraibana de Cinema, conforme calendário previsto para este ano, realizou na quarta-feira passada (virtual e presencialmente) mais uma reunião de sua diretoria. Na ocasião foram discutidas questões relacionadas à administração, bem como, as ações ainda previstas pela APC para este ano.

Já a atriz Zezita Matos, titular da Academia Paraibana de Cinema, está presente na encenação da Paixão de Cristo, na condição de Narradora, neste final de semana, em Joao Pessoa. E na terça-feira passada ela participou de uma live sobre sua atuação no filme Menino de Engenho, de Walter Lima Jr. baseado na obra homônima de Zé Lins do Rego, que completa 90 anos.