Quem acompanhou o seriado Ressurreição, da Netflix, há de se lembrar muito bem da figura do guerreiro Ertugrul vivida pelo ator turco Engin Altan Düzyatan. Afianço, um papel totalmente diferente do musicista que hoje ele interpreta em O Violino do Meu Pai, humanamente falando.
No início desta semana, como já vinha sendo esperado, novo lançamento da Netflix. Mais um drama turco, inclusive aguardado por minha esposa que acompanhou do mesmo ator o seriado Ressurreição, sobre a trajetória de um herói da Anatólia, durante a Guerra dos Tronos, no século XIII.
Pois bem, por indicação da parceira Lili, assistimos ao filme da diretora turca Andaç Haznedaroglu, O Violino do Meu Pai. E qual foi a nossa surpresa ao ver o ator Engin Altan Düzyatan não mais com a truculência de “Ertugrul”, mas de um sofrido personagem vivido por um músico torturado, sobretudo por memórias de família e de um passado infantil bastante sofrido.
Beirando o melodrama, como é próprio das narrativas dessa categoria, mesmo assim o filme surpreende com a figura de uma estrelinha graciosa a nos despertar o sentimento de muito carinho por ela, que é a da garotinha de nove anos de idade Özlem (Gülizar Nisa Uray). O que logo me fez lembrar do meu netinho Arthur, em suas aulas de música e piano na Escola Cidade Viva.
A relação forçada da pequena Özlem, após a morte de seu pai, com o tio Mehmet (Engin Altan Düzyatan), cria nova atmosfera narrativa, ocasionando mais esperanças de vida e sentimentos aos personagens do filme. Inclusive à jovem esposa do músico, também pianista, papel interpretado pela também conhecida atriz turca Belçim Bilgin.
A história de O Violino de Meu Pai se passa numa das maiores cidades da Turquia, que é Istambul. E como toda metrópole tem seus bairros humildes, sendo ali que inicia a história da garotinha Özlem. Ela dança e canta ao som de um trio de músicos falidos, nas praças da cidade, buscando gorjetas de pessoas mais sensíveis que por ali passam. Seu pai, viúvo, bastante doente falece no começo do filme, criando problemas sérios para a criança, que é o de abandonar o grupo para ir morar em um orfanato. Senão, viver com o seu tio (Mehmet), influente músico da região, mas com muitas decepções do passado, inclusive com o seu próprio irmão e pai da pequena sobrinha. Do slogan do próprio filme – “Uma narrativa comovente sobre a perda e o poder da música” –, é possível se mensurar não só essas perdas e poderes musicais, mas outras perdas e poderes também. Como as emocionais vividas por todos os personagens de O Violino de Meu Pai. Vale a pena ser assistido.
APC homenageia e relembra seu pioneiro
Academia Paraibana de Cinema, neste final de janeiro de 2022, em nome da sua diretoria e demais membros da entidade, homenageia um dos seus pioneiros e do Cinema Paraibano, relembrando os dez anos de falecimento do cineasta Linduarte Noronha. Ele ocupava a Cadeia 01 da APC, cujo Patrono é Walfredo Rodriguez. Em janeiro de 2012, Linduarte Noronha morreu em João Pessoa devido a uma parada respiratória.
Ao realizar o documentário, “Aruanda”, tornou-se o mais destacado de sua época, na Paraíba, e um dos nomes do moderno cinema brasileiro. Além de “Aruanda”, Linduarte realizou o documentário “Cajueiro Nordestino” e um ficção, longa-metragem, “O Salário da Morte”. Sua vida e obra continua sendo objetos de estudos universitários e edições de obras as mais diversas.